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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

no sistema verbal alemão. Os tempos <strong>de</strong> futuro são enquadrados nas duas sequências <strong>de</strong><br />

tempos basea<strong>da</strong>s por questões morfológicas, temporais e/ou <strong>de</strong> distância no PR e PRT,<br />

respectivamente. Nesse sentido, nem sempre ocorre coincidência semântico-temporal entre<br />

<strong>de</strong>signações formais semelhantes entre os tempos verbais dos dois sistemas verbais, como<br />

é o caso <strong>de</strong> PER e PPS, por exemplo.<br />

O CONJ e o KONJ são os modos verbais que marcam os contrastes mais<br />

acentuados. Ambos confluem, em termos semântico-temporais e mo<strong>da</strong>is, na possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> introduzir mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> num <strong>da</strong>do enunciado. No entanto, o critério organizador que rege<br />

os dois modos é distinto e, sobretudo, divergem em termos <strong>de</strong> discursivos e pragmáticos,<br />

na medi<strong>da</strong> em que o CONJ em português não po<strong>de</strong> ser marcador <strong>de</strong> transposição<br />

discursiva. Nesse sentido, compreen<strong>de</strong>mos que há dois princípios divergentes que regem a<br />

transposição discursiva em estilo indirecto nas duas línguas, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente um princípio<br />

temporal e outro mo<strong>da</strong>l (não no sentido <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas antes numa acepção <strong>de</strong><br />

substituição formal <strong>de</strong> tempos verbais fazendo uso <strong>de</strong> um modo em concreto). No entanto,<br />

a língua alemã dispõe e faz uso do critério temporal, ao permitir empregar o INDK na<br />

sinalização <strong>da</strong> transposição discursiva, ain<strong>da</strong> que nem sempre seja linear a i<strong>de</strong>ntificação do<br />

ponto <strong>de</strong> perspectiva temporal empregue. Em português o ME actual é o marco <strong>de</strong><br />

ancoragem temporal que localiza os restantes pontos <strong>de</strong> referência e o MS em contexto <strong>de</strong><br />

discurso citado. Por outro lado, e a atestar a relação do discurso citado face ao discurso<br />

citador, encontramos em português uma forte <strong>de</strong>pendência e integração sintáctica dos<br />

enunciados em DI, ao contrário, do alemão em que ocorre o BR. Não significa isto dizer<br />

que, em língua alemã, não se estabeleçam relações temporais com o emprego <strong>de</strong> KONJI e<br />

KONJII em DI, caso contrário não po<strong>de</strong>ríamos estabelecer qualquer ancoragem. No<br />

entanto, torna-se evi<strong>de</strong>nte que a substituição formal <strong>de</strong> tempos verbais é uma marca<br />

distintiva do DI, em alemão, o que aproxima o DI do DD. Em português, preten<strong>de</strong>-se que<br />

haja distinção entre os dois contextos discursivos e, ain<strong>da</strong> que possa haver<br />

correspondências <strong>de</strong> transposição verbal que assentam numa alteração <strong>de</strong> um tempo verbal<br />

para outro que se situe no seu passado, é possível manter, diversas vezes, a forma verbal<br />

que terá ocorrido no discurso original, ou empregar uma outra alternativa, que po<strong>de</strong> ir <strong>de</strong><br />

encontro a um <strong>de</strong>terminado objectivo comunicativo, o que vali<strong>da</strong> a existência <strong>de</strong><br />

maleabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e polissemia verbal acentua<strong>da</strong> no sistema verbal português.<br />

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