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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

introdutória, permite manter no discurso citado os tempos verbais que assumimos terem<br />

sido utilizados no discurso citado original.<br />

68<br />

A leitura <strong>de</strong> presente histórico do PRInd na oração subordina<strong>da</strong> é muito pouco<br />

significativa porque a génese <strong>da</strong> notícia não se pren<strong>de</strong>, por norma, com factos passados <strong>de</strong><br />

alguma forma distantes, ain<strong>da</strong> que exista, como vimos, um exemplo que traduz esta<br />

configuração <strong>de</strong> PRInd. Verificamos, também, que, no que concerne a oração subordina<strong>da</strong>,<br />

o PRInd é empregue nos sentidos permansivo, actual ou habitual, para além <strong>de</strong> remeter<br />

para intervalos temporais posteriores à enunciação. Nesse sentido, consi<strong>de</strong>ramos que a<br />

utilização do PRInd no DI, quando o verbo ocorre num tempo <strong>de</strong> passado, permite a<br />

manutenção do tempo verbal em PRInd utilizado no acto discursivo original, por se<br />

consi<strong>de</strong>rarem que são contextos em que há a <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua,<br />

<strong>de</strong>signação empregue por Comrie. Por outro lado, a utilização <strong>de</strong>ste tempo verbal é, como<br />

vimos, por vezes, um pouco ambígua relativamente ao MR <strong>de</strong> ancoragem a consi<strong>de</strong>rar: o<br />

intervalo <strong>de</strong>signado pelo verbo <strong>da</strong> oração principal (MEO) ou ME, o que remete para o<br />

fenómeno <strong>de</strong> “acesso duplo”.<br />

2.3.3. O FS no DI<br />

2.3.3.1. Consi<strong>de</strong>rações Iniciais<br />

A expressão <strong>da</strong> futuri<strong>da</strong><strong>de</strong> conta, em Português, com uma série <strong>de</strong> construções<br />

linguísticas, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente o FS, o PRInd, as formas analíticas “ir + Inf”, “haver <strong>de</strong> +<br />

Inf”, advérbios e expressões adverbiais. A análise <strong>da</strong> bibliografia e do corpus permitiu-nos<br />

constatar que associado ao FS é possível <strong>de</strong>strinçar uma componente temporal e uma<br />

informação mo<strong>da</strong>l, o que parece plausível se consi<strong>de</strong>rarmos que qualquer referência a<br />

acontecimentos posteriores ao ME <strong>de</strong>termina a alusão a uma esfera <strong>de</strong> factos com maior ou<br />

menor grau <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> concretização e, como tal, mais ou menos hipotéticos,<br />

tendo em conta o grau <strong>de</strong> conhecimentos disponíveis na esfera temporal actual. Nessa<br />

medi<strong>da</strong>, fica automaticamente justifica<strong>da</strong> a perspectiva mo<strong>da</strong>l inerente não só ao FS mas,<br />

segundo Fátima <strong>Oliveira</strong> (1985), a to<strong>da</strong>s as outras possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressão <strong>da</strong><br />

futuri<strong>da</strong><strong>de</strong>: “A opção entre as formas diferentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, assim, <strong>da</strong> relação <strong>de</strong>stas<br />

coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com a perspectiva em que se coloca o locutor (<strong>Oliveira</strong> 1985: 353).

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