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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

SAD para que proce<strong>de</strong>sse à regularização <strong>de</strong> “compromissos assumidos” com os jogadores,<br />

sob pena <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem surgir alguns problemas. – p. 39<br />

No exemplo 128, verificamos que o IConj. se presta a uma leitura <strong>de</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

face a MR, localizado antes <strong>de</strong> ME, através do advérbio “ontem” e do PPS. É, igualmente,<br />

possível que o intervalo <strong>de</strong> tempo configurado por IConj seja localizado num momento<br />

posterior a ME actual. A mesma interpretação é possível para o exemplo 174. A ocorrência<br />

<strong>de</strong> PImp. na oração principal do exemplo 132 implica uma leitura <strong>de</strong> sobreposição parcial e<br />

posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> face a esse marco referencial, ele próprio anterior a ME. O enunciado 154<br />

configura uma relação <strong>de</strong> sobreposição ou mesmo <strong>de</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> IConj face a PPS.<br />

No que concerne a uma análise semântico-pragmática <strong>da</strong> ocorrência <strong>da</strong> forma <strong>de</strong><br />

IConj, retomamos uma distinção feita por Santos (2003) relativamente a outros elementos<br />

pertencentes à classe “modo”: “ em nenhuma <strong>da</strong>s suas ocorrências se afirma o que quer<br />

que seja: ou se comenta um facto ou, no mínimo, não se apresenta esse facto como<br />

constituído informação” (Santos 2003: 343). Efectivamente os verbos “pedir”, “lamentar”,<br />

“apelar”, bem como a expressão “haver especulação <strong>de</strong> que”, especificam as<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s semânticas do enunciado. Nesse sentido, e porque o IConj é, tendo em<br />

conta os verbos introdutórios, bem como o tempo verbal que estes assumem, o único<br />

tempo verbal aceite pela consecutio temporum, à luz <strong>da</strong>s informações temporais que se<br />

preten<strong>de</strong>m veicular, apercebemo-nos <strong>de</strong> que o Conjuntivo assume o papel <strong>de</strong> “coadjuvante<br />

na construção linguística <strong>de</strong> actos ilocutórios” (Santos 2003: 515). Assim, ele permite<br />

mo<strong>da</strong>lizações po<strong>de</strong>ndo exprimir or<strong>de</strong>ns indirectas, pedidos, obrigações, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. No<br />

entanto, a nível sintáctico, porque ocorre em orações subordina<strong>da</strong>s, em que essa oração<br />

exerce a função <strong>de</strong> complemento directo, em completivas <strong>de</strong> verbo ou <strong>de</strong> substantivo<br />

(como se verifica nos exemplos transcritos), o que implica uma <strong>de</strong>terminação sintáctica,<br />

torna-se evi<strong>de</strong>nte uma relação contextual forte entre o predicado em CONJ e os restantes<br />

sintagmas. Repare-se, no entanto, que estas <strong>de</strong>terminações e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s combinatórias<br />

têm sempre como objectivo último, “diferentes operações <strong>de</strong> referenciação mo<strong>da</strong>l, ou <strong>de</strong><br />

mo<strong>da</strong>lização, por parte do falante, que afectam todo o enunciado” (Santos 2003: 514).<br />

Ain<strong>da</strong> que a recuperação dos conteúdos proposicionais <strong>da</strong>s situações comunicativas<br />

originais seja menos acessível nos contextos em análise, parece-nos legítimo consi<strong>de</strong>rar<br />

que o IConj transpõe formas verbais <strong>de</strong> PConj para o discurso actual, havendo uma<br />

mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> perspectiva, em que IConj se sobrepõe, por norma a MR no PPS ou em PImp.<br />

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