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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

70<br />

informação por parte do Loc., no momento em que se refere ao Futuro, do estado actual <strong>de</strong><br />

coisas que lhe permite predizer o que acontecerá, sabendo-se que o Fut. é não-factual e<br />

supõe uma abertura para mundos ou histórias possíveis, dos quais o locutor escolhe um, sob<br />

qualquer critério preferencial, revelando assim a sua intenção, a sua disposição, o seu<br />

plano, a pre<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> causa e efeito elabora<strong>da</strong>, por vezes, com<br />

base em conhecimentos experienciais ou outros. (<strong>Oliveira</strong> 1985: 355)<br />

Mateus et alii.(2003) consi<strong>de</strong>ram que o FS, apesar <strong>de</strong> remeter para intervalo temporal<br />

posterior a ME, se encontra mais próximo <strong>de</strong> um modo do que <strong>de</strong> um tempo,<br />

<strong>de</strong>monstrando que outros meios linguísticos alternativos expressam, mais claramente, a<br />

noção <strong>de</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> ou futuri<strong>da</strong><strong>de</strong> face a ME (cf. Mateus et alii 2003: 158). A<br />

particulari<strong>da</strong><strong>de</strong> do FutS está, exactamente no facto <strong>de</strong>, a par <strong>da</strong> expressão <strong>da</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

face a ME, que po<strong>de</strong> ou não ocorrer com um sentido mo<strong>da</strong>l associado (epistémico,<br />

<strong>de</strong>ôntico ou apreciativo), po<strong>de</strong>r exprimir unicamente sentidos mo<strong>da</strong>is 19 e ao facto <strong>de</strong> ser<br />

possível, em termos temporais, estabelecer relações <strong>de</strong> dispensabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com o PR e as<br />

formas perifrásticas. 20 <strong>Oliveira</strong> (1985) consi<strong>de</strong>ra que a futuri<strong>da</strong><strong>de</strong> pressupõe mo<strong>da</strong>lização e<br />

que o emprego <strong>da</strong>s várias possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a expressam, remetem para atitu<strong>de</strong>s distintas<br />

do falante, que terá <strong>de</strong> escolher qual a alternativa que produz os efeitos pragmáticos<br />

<strong>de</strong>sejados a fim <strong>de</strong> “<strong>da</strong>r conta <strong>de</strong> uma maior ou menor certeza face a um estado <strong>de</strong> coisas<br />

ou ao seu <strong>de</strong>senvolvimento” (<strong>Oliveira</strong> 1985: 370). O FS regista 2 ocorrências na oração<br />

subordinante e 54 na oração subordina<strong>da</strong>.<br />

2.3.3.2. O FS no corpus seleccionado<br />

Tendo em conta o número <strong>de</strong> enunciados analisados, o FS apresenta um peso<br />

percentual pouco significativo, o que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo aponta para uma produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong><br />

no âmbito do DI, nomea<strong>da</strong>mente ao nível <strong>da</strong> oração subordinante com apenas duas<br />

ocorrências:<br />

19 A concepção <strong>de</strong> Futuro é <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> evolução semântico-linguística, uma <strong>da</strong>s aquisições temporais mais<br />

recentes; em Latim evolui <strong>de</strong> um optativo que, nalguns casos, também <strong>de</strong>u o Conjuntivo (modo <strong>da</strong> não<br />

actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>), o que faz com que em certas construções sintácticas, este seja utilizado para exprimir futuri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(<strong>Oliveira</strong> 1985: 356)<br />

20 Loureiro (1997) e <strong>Oliveira</strong> (1985) fazem notar que a relação <strong>de</strong> dispensabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que é, por vezes, possível<br />

entre o FS e o PRInd ou formas analíticas com ‘verbo auxiliar + Infinitivo’ po<strong>de</strong> <strong>de</strong>svirtuar o sentido mo<strong>da</strong>l<br />

que o FS encerra, sendo necessário prestar particular atenção ao contexto como fonte <strong>de</strong> informações<br />

complementares.

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