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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Introdução<br />

possível <strong>de</strong>screver e analisar o comportamento dos tempos verbais no discurso indirecto,<br />

sem termos em conta a forma como os dois produtos discursivos se relacionam no texto<br />

jornalístico e as combinações <strong>da</strong>í <strong>de</strong>correntes.<br />

O enfoque na transposição discursiva assente em formas <strong>de</strong> citação indirecta está<br />

em plena sintonia e cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong> com a análise contrastiva que subjaz à elaboração <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. A minha aprendizagem <strong>de</strong> alemão quando aluna do ensino secundário e<br />

universitário e a minha experiência, ain<strong>da</strong> que incipiente, enquanto professora do ensino<br />

secundário, <strong>da</strong>quela disciplina, permitiu-me <strong>de</strong>tectar que o discurso transposto em estilo<br />

indirecto constitui um tipo particular <strong>de</strong> objecto <strong>de</strong> análise pelas questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

temporal, aspectual, mo<strong>da</strong>l e discursivo-pragmáticas que levanta, nos dois sistemas<br />

linguísticos, a relação entre acto discursivo <strong>de</strong> citação e acto discursivo citado original. De<br />

facto, e tal como a diferença terminológica indica, o discurso indirecto “is much further<br />

away from the original than is direct speech” (Waugh 1995: 156), mas apresenta<br />

configurações absolutamente distintas nas duas línguas em análise. Tendo em conta o<br />

corpus seleccionado, o discurso directo assume, igualmente, um papel <strong>de</strong>terminante na<br />

composição do discurso informativo jornalístico. No entanto, do ponto <strong>de</strong> vista<br />

contrastivo, tendo em conta a revisão <strong>da</strong> bibliografia e a análise do corpus, não nos parece<br />

tão significativo como o discurso indirecto. Outra forma recorrente <strong>da</strong> transposição<br />

discursiva - o estilo indirecto livre - não é representativo no texto jornalístico, sendo muito<br />

mais recorrente no texto literário, pela sua natureza ten<strong>de</strong>ncialmente ficcional.<br />

Assim, partimos do pressuposto que, quer em português, quer em alemão, a<br />

organização <strong>da</strong> categoria linguística tempo está intrinsecamente relaciona<strong>da</strong> com a<br />

formulação <strong>de</strong> duas séries <strong>de</strong> tempos verbais: os modos indicativo - “Indikativ” e<br />

conjuntivo -“Konjunktiv”. Em português, a transposição discursiva em estilo indirecto<br />

exige um tipo <strong>de</strong> configuração semântico-temporal em que a relação sintáctica e<br />

semântico-temporal entre discurso citador e discurso citado é essencial. Em alemão, a<br />

articulação e co-ocorrência entre “Indikativ” e “Konjunktiv” em contexto <strong>de</strong> discurso<br />

indirecto, ain<strong>da</strong> que os dois modos sejam marcadores preferenciais <strong>de</strong> tipologias<br />

discursivas distintas, é um elemento <strong>de</strong> análise incontornável <strong>da</strong> análise do comportamento<br />

dos tempos verbais.<br />

Acresce que a organização <strong>de</strong>stes dois modos é substancialmente diferente em<br />

alemão e português (as <strong>de</strong>signações semelhantes entre os tempos verbais nem sempre<br />

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