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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

2.3.2. O PRInd no DI<br />

2.3.2.1. Consi<strong>de</strong>rações Iniciais<br />

60<br />

O PRInd é, por excelência, um tempo <strong>de</strong>íctico, na medi<strong>da</strong> em que diversos autores e<br />

estudiosos <strong>da</strong> língua portuguesa por nós estu<strong>da</strong>dos (Cunha & Cintra, Mira Mateus et alii,<br />

Said Ali, Lopes, <strong>Oliveira</strong> & Lopes) apontam para uma interpretação <strong>de</strong>ste tempo verbal<br />

que assenta na coincidência ME e MS:<br />

(…) quando empregamos o verbo no presente do indicativo queremos significar que a<br />

acção se passa durante o tempo, breve ou longo, em que estamos falando ou discorrendo<br />

sobre o assunto. A noção do presente, claro é, não se há-<strong>de</strong> limitar ao instante fugaz em que<br />

se profere o verbo. (Said Ali 1964: 310)<br />

No entanto, os mesmos autores salientam que esta interpretação temporal estrita <strong>de</strong><br />

presente não correspon<strong>de</strong> à sua utilização mais recorrente, po<strong>de</strong>ndo mesmo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

dos tipos aspectuais em questão, apresentar uma leitura iterativa, projectar o passado ou<br />

remeter para um tempo posterior ao <strong>da</strong> enunciação (Mira Mateus et alii. 2003: 154). De<br />

facto, a autoreferenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enunciação, em Português é, muitas vezes expressa através<br />

<strong>da</strong> forma perifrástica do Presente Progressivo.<br />

Serviu esta exposição inicial para <strong>de</strong>monstrar o valor semântico-temporal<br />

polissémico do PRInd, o que <strong>de</strong> alguma forma po<strong>de</strong>rá explicar a sua utilização recorrente<br />

no corpus seleccionado, como veremos.<br />

Tendo como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> a relação <strong>de</strong> PRInd com ME iremos num primeiro<br />

momento <strong>de</strong>screver a plurali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sentidos que a forma verbal potencia em contextos<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente <strong>de</strong>limitados. Apesar <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s espacio-temporais que<br />

o PRInd admite, veremos que em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> do corpus recolhido, muitas<br />

<strong>de</strong>ssas ocorrências não constam dos exemplos compulsados. No entanto, iremos procurar,<br />

num momento inicial, <strong>de</strong>limitar a forma em termos semântico-temporais procurando<br />

enquadrá-la no sistema verbal português. Cunha & Cintra (1997) e Mateus et alii. (2003)<br />

na análise <strong>de</strong>scritiva que fazem do PRInd começam por mencionar o seu valor enunciativo,<br />

estritamente <strong>de</strong> presente. A esse respeito, os primeiros autores referem:

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