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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

O texto jornalístico provém <strong>de</strong> várias fontes <strong>de</strong> informação, que encerram diferentes<br />

perspectivas, o que implica a formulação <strong>de</strong> um texto escrito e re-escrito em que o próprio<br />

jornalista, muitas vezes, se imiscui e posiciona criticamente, tentando persuadir o leitor e<br />

orientá-lo, para além dos <strong>da</strong>dos factuais e objectivos noticiados. Há, efectivamente, um<br />

conjunto <strong>de</strong> factores sócio-culturais e subjectivos que são contingentes e que influenciam a<br />

elaboração <strong>de</strong> uma notícia e a organização dos discursos <strong>de</strong> várias fontes, fazendo do texto<br />

jornalístico um texto monológico mas em que a polifonia <strong>de</strong> vozes é estruturante. Nesse<br />

sentido, e tendo em conta os objectivos comunicacionais que o INDK e o KONJ servem<br />

em contexto <strong>de</strong> DI, o emprego <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>verá ser um factor <strong>de</strong> clarificação e<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s várias fontes que intervêm num texto noticioso e <strong>de</strong>verá ain<strong>da</strong> permitir<br />

aferir quanto à postura <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las relativamente aos factos enunciados. Nesse<br />

sentido, Zifonun et alii. 1997: 1769) apresentam a dicotomia “Re<strong>de</strong>wi<strong>de</strong>rgabe vs.<br />

Behauptung/Faktizität” que traduzem os tipos <strong>de</strong> contexto em que KONJ e INDK ocorrem<br />

em contexto <strong>de</strong> DI. Quanto à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> IND po<strong>de</strong>r ocorrer em contextos <strong>de</strong> citação,<br />

o seu emprego implica uma interferência e confluência <strong>de</strong> perspectivas entre os dois<br />

enunciadores, enquanto que KONJ sinaliza uma <strong>de</strong>sresponsabilização/<strong>de</strong>marcação do<br />

jornalista face ao conteúdo proposicional transposto, ain<strong>da</strong> que assegure a correcção e a<br />

veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos factos transcritos:<br />

Bei Referatangabe innerhalb <strong>de</strong>rselben KM [kommunikative Minimaleinheit], signalisiert in<br />

massenmedialen Texten <strong>de</strong>r Konjunktiv Indirektheit, <strong>de</strong>r Indikativ (evtl. mit Ausnahme <strong>de</strong>s<br />

Gebrauchs in Subjunktorsätzen) signalisiert Überlagerung o<strong>de</strong>r <strong>de</strong>n Übergang in einen<br />

Behauptungs- bzw. Faktizitätskontext. In Alltagsdiskursen hingegen ist bei Gebrauch von<br />

Indikativ in Aus<strong>de</strong>hnung [1] [Referatangabe innerhalb <strong>de</strong>rselben KM] <strong>de</strong>s potentiellen<br />

Indirektheitskontextes stets mit Indirektheit zu rechnen – wobei Überlagerung nicht<br />

ausgeschlossen wer<strong>de</strong>n kann (Zifonun et alii. 1997: 1769).<br />

Assim, em contextos discursivos em que a sinalização <strong>de</strong> DI ocorre, nomea<strong>da</strong>mente<br />

através <strong>de</strong> uma oração introdutória, o INDK po<strong>de</strong> ser utilizado porque já está <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente<br />

sinalizado, por outros mecanismos linguísticos, que se trata <strong>de</strong> uma citação em estilo<br />

indirecto; porque há uma sobreposição <strong>de</strong> perspectiva por parte dos dois LOCs ou porque<br />

se preten<strong>de</strong> sinalizar a transição para um outro tipo <strong>de</strong> enunciado, por exemplo, o relato<br />

factual/<strong>de</strong>scrição dos <strong>da</strong>dos, que não é imputa<strong>da</strong> a ninguém para além do jornalista.<br />

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