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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

Assim, e em suporte <strong>de</strong>sta interpretação do processo <strong>de</strong> transposição discursiva em<br />

estilo indirecto, em alemão, que, como vimos, não implica o estabelecimento <strong>de</strong> relações<br />

temporais, mas um conjunto <strong>de</strong> correspondências formais entre tempos verbais entre dois<br />

modos, e que parece apontar para um esvaziamento semântico-temporal <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong><br />

KONJ, a gramática Du<strong>de</strong>n <strong>de</strong>fine <strong>de</strong>sta forma as relações <strong>de</strong>ícticas em contexto <strong>de</strong> DI:<br />

Indirektheit be<strong>de</strong>utet, <strong>da</strong>ss <strong>de</strong>iktische Pronomen aus <strong>de</strong>r Sprecher-/Erzählerperspektive gewählt<br />

sind; an<strong>de</strong>re i.w.S. <strong>de</strong>iktische Kategorien können unter Umstän<strong>de</strong>n die Figurenperspektive<br />

wi<strong>de</strong>rspiegeln (Du<strong>de</strong>n Grammatik 2005: 538).<br />

Relativamente à utilização <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> KONJI ou KONJII, consi<strong>de</strong>ra este texto<br />

gramatical que em termos formas e sistémicos, as formas <strong>de</strong> KONJI têm um lugar<br />

“marginal” no quadro <strong>de</strong> tempos verbais em língua alemã, na medi<strong>da</strong> em que só a 3ª<br />

pessoa do singular se distingue, claramente, <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> INDK em todos os verbos. Por<br />

outro lado, consi<strong>de</strong>ra que o seu emprego é, em termos comunicativo-pragmáticos, mais<br />

comum no domínio escrito e em situações mais formais ou <strong>de</strong> cariz oficial, sendo que a<br />

sua função mais relevante é a sinalização do <strong>de</strong>nominado BR, em que a ausência <strong>de</strong><br />

KONJI não permitiria sinalizar um <strong>da</strong>do enunciado como tal. O mesmo fenómeno <strong>de</strong><br />

sincretismo formal ocorre com as formas <strong>de</strong> KONJII e PRT, em verbos regulares, como<br />

vimos, po<strong>de</strong>ndo concorrer com as formas <strong>de</strong> KONJI, normalmente em contextos <strong>de</strong> DI,<br />

servindo normalmente como elemento alternativo entre INDK e KONJI. No entanto,<br />

verifica-se a existência <strong>de</strong> contextos em que, sendo possível a utilização <strong>de</strong> KONJI, ocorre<br />

o KONJII. Schecker (2002) explica este fenómeno linguístico ao verificar que há apenas<br />

um número limitado <strong>de</strong> verbos em que não ocorre coincidência formal entre INDK e<br />

KONJI, o que po<strong>de</strong>rá levar a uma tendência para substituir as formas <strong>de</strong> KONJI, por<br />

formas <strong>de</strong> KONJII, por uma questão <strong>de</strong> analogia, acrescido do facto <strong>de</strong> haver na língua<br />

alemã, uma tendência para as formas verbais analíticas. Assim, e uma vez que a<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “wür<strong>de</strong>-Umschreibung” po<strong>de</strong> ocorrer com o mesmo significado <strong>de</strong> PRTKII,<br />

verifica-se um processo <strong>de</strong> substituições sucessivas <strong>de</strong> KONJI por KONJII, e <strong>de</strong>ste por<br />

aquela construção (Schecker 2002: 12s; Du<strong>de</strong>n Grammatik 2005: 547).<br />

Thieroff (1992), à semelhança <strong>de</strong> Fabricius-Hansen e <strong>da</strong> Du<strong>de</strong>n Grammatik, <strong>de</strong>monstra<br />

que a utilização <strong>de</strong> KONJ no DI, implica que o ponto <strong>de</strong> perspectiva e ancoragem <strong>da</strong><br />

forma verbal seja a enunciação original, <strong>de</strong>monstrando uma série <strong>de</strong> combinatórias<br />

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