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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

relações <strong>de</strong> sinonímia e po<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do contexto, e <strong>da</strong> nossa intenção enquanto<br />

falantes, optar entre tempos verbais. Por outro lado, a sequência temporal é <strong>de</strong>terminante,<br />

mas o conceito <strong>de</strong> “metáfora temporal” permite não só ao nível dos tempos do CONJ, mas<br />

também do IND estabelecer combinações não espera<strong>da</strong>s e que se pren<strong>de</strong>m, muitas vezes,<br />

com a mo<strong>da</strong>lização dos enunciados. O emprego <strong>da</strong>s formas nominais e <strong>da</strong>s construções<br />

perifrásticas representam uma especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> relevante na expressão <strong>da</strong> <strong>de</strong>íxis temporal e<br />

na interpretação aspectual dos enunciados.<br />

134<br />

No entanto, e à semelhança do que acontece na língua inglesa, o tempo verbal em<br />

que ocorre o discurso citador <strong>de</strong>tém alguma relevância na escolha do tempo verbal que<br />

surge no discurso citado. De facto, o emprego <strong>de</strong> PRInd potencia a manutenção <strong>da</strong>s formas<br />

empregues no discurso original, enquanto que o PPS ou o PImp potenciam a transposição<br />

dos verbos do contexto original para os seus equivalentes que implicam um ponto <strong>de</strong><br />

perspectiva temporal para além <strong>de</strong> ME e que se consubstancia no MEO. Por último,<br />

verificámos que o conceito <strong>de</strong> aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua é válido para o português e há<br />

tempos verbais que estando no passado não possuem um equivalente que lhes seja anterior<br />

na linha do tempo e, como tal, têm <strong>de</strong> ser mantidos nos dois MEs.<br />

Assim, po<strong>de</strong>mos concluir que a regra <strong>de</strong> Comrie (1986) não se aplica na íntegra ao<br />

português na medi<strong>da</strong> em que não ocorre um esvaziamento do sentido <strong>da</strong>s formas verbais na<br />

transposição discursiva entre estilo directo e indirecto e, como tal, não há correspondências<br />

fixas obrigatórias entre os dois produtos discursivos. Por outro lado, alguns tempos verbais<br />

têm entre si relações <strong>de</strong> sinonímia e há mesmo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substituir formas verbais<br />

por outras como alteração <strong>de</strong> valor mo<strong>da</strong>l, mas não temporal, por exemplo. O verbo<br />

introdutório <strong>de</strong>tém alguma relevância na atribuição dos tempos verbais no discurso citado<br />

porque o seu emprego implica uma <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> perspectiva entre ME e MEO, mas no<br />

caso <strong>de</strong> essa relocação ocorrer para o passado, não há obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r<br />

formalmente à operação <strong>de</strong> “backshifting”.

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