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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> no discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

14<br />

trocados por interlocutores em contextos reais. Num discurso particular, os enunciados são<br />

compreendidos por meio <strong>de</strong> referência a um conjunto particular <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, valores ou<br />

convenções que existem fora <strong>da</strong>s palavras troca<strong>da</strong>s (Xavier & Mateus 1990.: 129)<br />

As questões levanta<strong>da</strong>s por Gallèpe são também abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s por Fabricius-Hansen<br />

(2004), no artigo “Wessen Re<strong>de</strong>hintergrund? Indirektheitskontexte aus konstrastiver<br />

Sicht”. Segundo a autora, a transposição discursiva em estilo indirecto, num sentido<br />

restrito, po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>finir-se <strong>da</strong> seguinte forma: “die nicht-direkte Wie<strong>de</strong>rgabe von<br />

mündlichen o<strong>de</strong>r schriftlichen Äuβerungen, die physisch wahrgenommen wer<strong>de</strong>n können<br />

und <strong>de</strong>ren Inhalte durch die sprachliche Formulierung züganglich sind”. (Fabricius-<br />

Hansen 2004: 121). Tendo por base os critérios “acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>” – “Zugänglichkeit” /<br />

“interiori<strong>da</strong><strong>de</strong>” – “Innerlichkeit”, po<strong>de</strong>ríamos consi<strong>de</strong>rar que ao discurso indirecto na sua<br />

forma mais extrema - “berichtete Re<strong>de</strong>” (BR) -, sintacticamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, se opõe o<br />

<strong>de</strong>nominado “erlebte Re<strong>de</strong>” - (“discurso indirecto livre”), mais especificamente “erlebtes<br />

Denken” (<strong>de</strong>signação que não possui um equivalente em português), através do qual se<br />

representam os <strong>de</strong>sejos, pensamentos, impressões inacessíveis, recorrendo à autonomia<br />

sintáctica <strong>da</strong> frase. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, as dicotomias “Äuβerlichkeit – Innerlichkeit” /<br />

“Zugänglichkeit – Unzugänglichkeit” <strong>de</strong>vem ser analisa<strong>da</strong>s como um continuum, que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em larga escala <strong>da</strong> interpretação semântica dos <strong>de</strong>nominados verba dicendi (uma<br />

<strong>de</strong>signação amplamente utiliza<strong>da</strong> pelos autores lidos) e dos “verbos <strong>da</strong> informação<br />

interioriza<strong>da</strong>”, <strong>de</strong>signação empregue por Augusto Múrias (1984: 81) na sua tese <strong>de</strong><br />

doutoramento, e que vai <strong>de</strong> encontro à classificação dos verbos introdutórios proposta por<br />

Leech: “illocutionary predicates” e “psychological predicates” (Leech 1991 a : 211). O<br />

mesmo autor <strong>de</strong>strinça, aliás, duas gran<strong>de</strong>s categorias <strong>de</strong> verbos que ocorrem nos dois<br />

modos <strong>de</strong> transposição discursiva, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente “content <strong>de</strong>scriptive verbs” 2 e<br />

“phonically <strong>de</strong>scriptive verbs”. Os primeiros ocorrem com mais frequência no discurso<br />

indirecto e os segundos na forma <strong>de</strong> citação directa, po<strong>de</strong>ndo, no entanto, haver verbos que<br />

serão a<strong>de</strong>quados aos dois tipos <strong>de</strong> discurso citado (Leech 1991 a : 213s). A <strong>de</strong>signação<br />

“psychological verbs” é para o mesmo autor sinónimo <strong>de</strong> “non-speech act verbs”. No<br />

entanto, e tal como Fabricius-Hansen faz notar, no mesmo estudo atrás referido, há verbos<br />

2 Inclui os três subtipos <strong>de</strong> verbos “perlocutionary verbs”, “illocutionary verbs” e “locutionary verbs” para<br />

além dos “neutral verbs.”

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