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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

se trata do domínio escrito público ou <strong>da</strong> linguagem comum <strong>de</strong> cariz oral (Helbig/Buscha<br />

1989: 195s)<br />

Eisenberg (1989) adianta, como vimos no sub-capítulo 3.3, um outro critério para o<br />

emprego <strong>de</strong> KONJI <strong>de</strong> índole semântica e que se pren<strong>de</strong> com a tipologia do verbo<br />

introdutório. Para este autor a regra <strong>de</strong> substituição sistemática <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> KONJI por<br />

formas <strong>de</strong> KONJII tem como base <strong>de</strong> sustentação a tipologia do verbo introdutório. Nesse<br />

sentido, a <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “Ersatzregel” basea<strong>da</strong> na coincidência formal entre formas <strong>de</strong> PR e<br />

PRKI não é sustentável porque o próprio PRT e PRTKII coinci<strong>de</strong>m formalmente<br />

(Eisenberg 1999:120). Nesse sentido, o autor discor<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma oposição semântica <strong>de</strong><br />

KONJI e KONJII em contexto <strong>de</strong> DI, uma vez que não são dois modos relativamente<br />

paralelos, mas constituem em si mesmo um modo que, a par com INDK, compõem o<br />

paradigma verbal alemão.<br />

Ain<strong>da</strong> relativamente ao emprego <strong>de</strong> KONJI em contexto <strong>de</strong> DI, em contraponto com<br />

IND, Eisenberg explica que o emprego <strong>de</strong> KONJ não ocorre com verbos como:<br />

“verstehen”, “vergessen”, “entschuldigen”, “wissen” 40 na medi<strong>da</strong> em que são verbos<br />

factivos, ou seja, o enunciador apresenta e pressupõe inequivocamente a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

factos que são <strong>de</strong>scritos na oração subordina<strong>da</strong>. Com verbos psicológicos como “meinen”,<br />

“behaupten” é permutável com INDK sem que haja uma alteração <strong>da</strong> atitu<strong>de</strong> do<br />

enunciador face ao discurso citado, com verbos assertivos do tipo <strong>de</strong> “sagen”, “mitteilen”,<br />

ao assumir como predicado subordinado formas <strong>de</strong> INDK ou <strong>de</strong> KONJ, o LOC a<strong>de</strong>re ou<br />

não ao conteúdo proposicional, consi<strong>de</strong>rando-o um facto assumido, não questionável ou<br />

<strong>de</strong>marca-se <strong>de</strong>le, por não po<strong>de</strong>r atestar a sua vali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, e tendo em conta a tipologia<br />

verbal que divi<strong>de</strong> os verbos em factivos/não-factivos/verbos que po<strong>de</strong>m assumir uma<br />

dupla leitura, Eisenberg (1999) conclui que:<br />

Bei faktiven Verben steht er nicht, bei nichtfaktiven ist er ohne Be<strong>de</strong>utungsän<strong>de</strong>rung gegen <strong>de</strong>n<br />

Ind austauschbar und bei Verben mit einer faktiven und einer nichtfaktiven Variante zeigt er<br />

an, <strong>da</strong>ss die nichtfaktive gemeint ist (Eisenberg 1999:118)<br />

Zifonun et alii. (1997) <strong>de</strong>finem uma interpretação do valor semântico-temporal <strong>de</strong><br />

KONJ, em que explicam o processo <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> perspectiva que ocorre aquando do<br />

40 Na classificação <strong>de</strong> Leech (1997) este verbos não fazem parte <strong>da</strong> categoria “speech-act verbs”, mas sim do<br />

grupo “related non-speech-act verbs” (Leech 1997:203s)<br />

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