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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> no discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

38<br />

(hoffentlich, vielleicht), Mo<strong>da</strong>lverben (können, mögen, müssen), syntaktische Mittel wie<br />

die Umschreibung mit „wür<strong>de</strong>“ und die Konstruktion mit „haben“ und „sein“ mit<br />

folgen<strong>de</strong>m Infinitiv sowie intonatorische Mittel (Campo 1998: 19).<br />

O português conta com elementos contextuais como o sistema adverbial, os verbos<br />

mo<strong>da</strong>is, o grupo <strong>da</strong>s conjunções, para além dos tempos que constituem o CONJ e do<br />

emprego mo<strong>da</strong>l <strong>de</strong> tempos verbais como o PImp e FS do IND para exprimir mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Inerente ao estudo <strong>da</strong> categoria “modo” estão os conceitos irrealis e potentialis. Veremos<br />

que a categoria modo é, apenas, um dos meios potenciadores <strong>de</strong> irrealis e potentialis, sendo<br />

que qualquer mo<strong>da</strong>lização <strong>de</strong> um enunciado é sempre tradutora <strong>da</strong> relação que o falante<br />

estabelece com o enunciado e com os interlocutores. Estes <strong>da</strong>dos adquirem contornos<br />

interessantes em contexto <strong>de</strong> discurso indirecto, no texto jornalístico, como veremos<br />

posteriormente.<br />

Por último, cabe-nos abor<strong>da</strong>r uma categoria que tem suscitado gran<strong>de</strong> controvérsia na<br />

literatura <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>: o aspecto. Esta questão torna-se mais complexa quando<br />

confrontamos duas línguas como o português e o alemão. Comecemos, antes <strong>de</strong> mais, por<br />

tentar <strong>de</strong>finir este conceito, procurando <strong>de</strong>limitá-lo face a um outro – “Aktionsart” ou<br />

“modo <strong>de</strong> acção”.<br />

Mateus et alii. (2003) consi<strong>de</strong>ram que o aspecto é uma categoria essencialmente<br />

gramatical, veicula<strong>da</strong> por morfemas flexionais, enquanto que “Aktionsart” é lexical. No<br />

entanto, esta distinção nem sempre é correcta, uma vez que a informação aspectual po<strong>de</strong><br />

ser traduzi<strong>da</strong> tendo por base processos linguísticos muito distintos. As autoras <strong>de</strong>finem<br />

uma tipologia aspectual que assenta na distinção entre eventos e estados, sendo que os<br />

primeiros po<strong>de</strong>m ser télicos ou atélicos, ou seja, po<strong>de</strong>m ou não ten<strong>de</strong>r para um fim. Os<br />

eventos télicos subdivi<strong>de</strong>m-se em processos culminados e culminações, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> sua<br />

duração. Destrinçam, também, a existência <strong>de</strong> processos que, ao contrário dos anteriores,<br />

são atélicos. Por fim, apontam para a existência dos chamados pontos, que se distinguem<br />

<strong>da</strong>s culminações porque não admitem um estado resultante. Definem, assim, a tipologia<br />

linguística a utilizar para classificar o aspecto lexical. No que concerne aos factores que<br />

po<strong>de</strong>m conduzir mu<strong>da</strong>nça aspectual na frase, remetem para os tempos gramaticais, os<br />

operadores aspectuais (essencialmente as formas perifrásticas) e natureza semântica dos<br />

complementos (nomea<strong>da</strong>mente a influência dos sintagmas nominais). (Mateus et alii.<br />

2003: 138ss). Veremos que a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer a construções perifrásticas é uma

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