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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

<strong>de</strong> ancoragem do tempo verbal do discurso citado, havendo manutenção <strong>da</strong>s formas verbais<br />

<strong>da</strong> enunciação original, para a enunciação que cita. Por outro lado, po<strong>de</strong> ocorrer<br />

transposição verbal em que o MEO continua a ser um marco referencial, mas não como<br />

ponto <strong>de</strong> ancoragem principal, mas sim como MR relativamente ao qual as formas verbais<br />

constantes do discurso citado, o que permite que ocorra transposição verbal entre os dois<br />

contextos discursivos. Uma outra possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> remete para o facto <strong>de</strong> MEO não ser <strong>de</strong><br />

todo relevante, sendo ME que assume a ancoragem <strong>da</strong>s formas verbais que ocorrerem na<br />

oração subordina<strong>da</strong>.<br />

Um outro <strong>da</strong>do relevante pren<strong>de</strong>-se com o facto <strong>de</strong> o emprego <strong>de</strong> INDK ou KONJI<br />

sinalizarem, em termos semântico-pragmáticos, atitu<strong>de</strong>s distintas do LOC relativamente ao<br />

enunciado que (re)acomo<strong>da</strong> à nova situação comunicativa. Assim, verificámos que ao<br />

utilizar o KONJI, o enunciador sinaliza distanciamento relativamente ao conteúdo<br />

proposicional <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do momento discursivo, ou seja, preten<strong>de</strong> claramente imputar ao<br />

LOC original a autoria <strong>de</strong> uma <strong>da</strong><strong>da</strong> enunciação e <strong>de</strong>marca-se <strong>de</strong>ssa informação. Por outro<br />

lado, a utilização <strong>de</strong> INDK po<strong>de</strong> sinalizar uma convergência <strong>de</strong> perspectivas entre os dois<br />

LOCs e concordância do jornalista relativamente ao segmento discursivo reproduzido.<br />

Nesse sentido, verificámos que há matérias jornalísticas que mais facilmente se prestam ao<br />

emprego <strong>de</strong> INDK, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, esferas temáticas relaciona<strong>da</strong>s com <strong>da</strong>dos factuais e<br />

não susceptíveis <strong>de</strong> interpretação subjectiva, na medi<strong>da</strong>, em que neste tipo <strong>de</strong> contextos<br />

não se levantam questões <strong>de</strong> interpretação advenientes <strong>de</strong> informações controversas,<br />

passíveis <strong>de</strong> gerar discussão. Assim, o emprego dos modos verbais em causa não é<br />

arbitrária ou mesmo inocente e advém, muitas vezes, <strong>de</strong> uma toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> posição do<br />

jornalista relativamente a um <strong>da</strong>do conteúdo noticioso, o que se consubstancia numa forma<br />

possível <strong>de</strong> manipulação do enunciado, a par com elementos como a escolha do verbo<br />

introdutório e o emprego profícuo <strong>de</strong> verbos mo<strong>da</strong>is.<br />

Verificámos, por isso, que em contexto <strong>de</strong> DI, existe confluência e sobreposição<br />

<strong>da</strong>s funções semântico-pragmáticas <strong>de</strong> INDK, KONJI e KONJII, po<strong>de</strong>ndo o jornalista ou<br />

outra qualquer enti<strong>da</strong><strong>de</strong> responsável pela reprodução <strong>de</strong> enunciação prévia, optar por uma<br />

<strong>da</strong>s variantes tendo em conta elementos como coincidências formais entre tempos verbais,<br />

interpretação semântico-pragmática do conteúdo proposicional e posicionamento face à<br />

informação veicula<strong>da</strong> e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>/vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> clarificar a imputação <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do enunciado. No entanto, pu<strong>de</strong>mos constatar que, nem sempre é<br />

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