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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

contexto <strong>de</strong> discurso citador como potenciadora <strong>de</strong> presentificação discursiva, numa<br />

variante do <strong>de</strong>nominado “presente histórico”, em que remete, no entanto, para intervalos<br />

temporais retrospectivos e <strong>de</strong>limitados, <strong>da</strong>í a relação <strong>de</strong> dispensabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com PPS, ou para<br />

marcar o valor <strong>de</strong> permanência e vali<strong>da</strong><strong>de</strong> actual <strong>de</strong> um acto enunciativo face a ME. O<br />

emprego <strong>de</strong> PRInd na expressão <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> ilocução é, aliás, um elemento que dificulta<br />

a análise e sistematização dos <strong>da</strong>dos referentes à expressão <strong>da</strong> <strong>de</strong>íxis temporal em no<br />

discurso indirecto. Em contexto <strong>de</strong> discurso citado, o PRInd <strong>de</strong>nota algumas aplicações<br />

recorrentes, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente para marcar a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> temporal actual <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong><br />

coisas, incluindo ME, para <strong>de</strong>signar habituali<strong>da</strong><strong>de</strong>, factos que não se circunscrevem em<br />

contextos temporalmente <strong>de</strong>limitados e para indicar um intervalo temporal que se projecta<br />

para além <strong>de</strong> ME. Em todos estes enunciados verificámos a importância <strong>da</strong> integração<br />

contextual <strong>de</strong> PRInd para actualização <strong>de</strong> sentidos semântico-temporais diversos e<br />

concluímos quanto à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aceitar a manutenção do tempo verbal em questão,<br />

nos dois MEs (original e citador), tendo em conta as interpretações inventaria<strong>da</strong>s.<br />

130<br />

Quanto ao FS, verificámos que o valor <strong>de</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> em Português recorre ao<br />

emprego <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> PRInd“ir” + INF, sendo que ao FutS encerra uma dupla perspectiva<br />

<strong>de</strong> tempo e modo verbal, o que implica uma especial atenção às relações contextuais.<br />

Efectivamente, e apesar do seu valor <strong>de</strong> futuri<strong>da</strong><strong>de</strong>, há um valor mo<strong>da</strong>l que lhe é intrínseco<br />

e ambos <strong>de</strong>correm <strong>da</strong> inscrição dos acontecimentos num intervalo posterior a ME e<br />

relativamente ao qual não há certezas <strong>de</strong> concretização. Acresce que a utilização do FS<br />

po<strong>de</strong> ser um recurso semântico importante na medi<strong>da</strong> em que traduz o não-<br />

comprometimento do jornalista face a intenções ou afirmações <strong>da</strong> autoria <strong>de</strong> outrem. Todos<br />

estes <strong>da</strong>dos dificultam a já difícil recuperação <strong>de</strong> um possível enunciado original, na<br />

medi<strong>da</strong> que não sabemos até que ponto o carácter hipotético ou dubitativo introduzido pela<br />

forma do FS pertence ao discurso original ou é uma produção jornalística por questões<br />

estilísticas, por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação face a enunciados <strong>de</strong> outrem ou mesmo por<br />

fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> a um valor mo<strong>da</strong>l que já constava do enunciado reacomo<strong>da</strong>do e<br />

recontextualizado pelo texto jornalístico.<br />

A análise <strong>de</strong> PImp em situação <strong>de</strong> DI permitiu-nos concluir quanto à in<strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong>sta forma verbal, que tanto po<strong>de</strong> ser directamente justifica<strong>da</strong> por ME, como necessitar <strong>de</strong><br />

um MR fornecido contextualmente, relativamente ao qual se sobrepõe ou projecta<br />

posteriormente, num intervalo <strong>de</strong> tempo sempre anterior a ME. Da heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>

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