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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do alemão no discurso indirecto<br />

transposição discursiva em análise. Assim, neste tipo <strong>de</strong> situação comunicativa, o INDK<br />

substitui o KONJ na gran<strong>de</strong> maioria dos contextos e ao assumir esse papel o seu valor<br />

semântico-pragmático já não se limita a uma noção se sobreposição <strong>de</strong> perspectiva dos<br />

LOCs, mas adquire a mesma sinalização comunicativa <strong>de</strong> KONJ e, assim, po<strong>de</strong> ser<br />

representa<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com a formulação inicial: “X sagt, <strong>da</strong>ss p, und ich lasse offen, ob<br />

ich sage, <strong>da</strong>ss p”.<br />

Um outro parâmetro que <strong>de</strong>termina a ocorrência <strong>de</strong> INDK remete para os contextos<br />

em que surge uma componente mo<strong>da</strong>l. Zifonun et alii. (1997) incluem neste tipo <strong>de</strong><br />

enunciados a <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “Ge<strong>da</strong>nkenrepräsentation” – ou seja, a representação <strong>de</strong><br />

conteúdos mentais. A escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado verbo introdutório fornece informações<br />

distintas no que concerne ao conhecimento <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do LOC relativamente a um estado <strong>de</strong><br />

coisas e pressupõe, por isso, diferentes graus <strong>de</strong> factivi<strong>da</strong><strong>de</strong> inerentes. Como vimos no<br />

sub-capítulo anterior, Eisenberg (1999) aponta este critério como essencial no emprego<br />

dos dois modos verbais INDK e KONJ em contexto <strong>de</strong> DI e consi<strong>de</strong>ra, como vimos, que<br />

KONJ não formaliza a categoria “Indirektheit”, mas sim, “Nicht-Faktivität”. Assim,<br />

verbos como “wissen” ou “erkennen” não comportam, por regra, o modo KONJ no<br />

discurso citado uma vez que o conteúdo proposicional que <strong>de</strong>les <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> acarreta uma<br />

informação <strong>de</strong> factivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> conhecimento adquirido e tomado como válido, traduzidos<br />

pela formulação “So ist es in <strong>de</strong>n Welten, die seinen Einstellungen entsprechen, und in <strong>de</strong>r<br />

aktualen Welt” (Zifonun et alii. 1997: 1764). Por outro lado, verbos como “befürchten”,<br />

“träumen”, “hoffen” remetem para contextos não factivos, na medi<strong>da</strong> em que representam<br />

conteúdos mentais claramente subjectivos, enquanto que verbos do tipo <strong>de</strong> “glauben” ou<br />

“<strong>de</strong>nken” po<strong>de</strong>m remeter para diferentes níveis <strong>de</strong> factivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> integração<br />

contextual, e mesmo verba dicendi como “behaupten” ou “vorgeben” po<strong>de</strong>m introduzir<br />

proposições em que ocorre mo<strong>da</strong>lização do enunciado. 38<br />

Naturalmente, que esta interpretação <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> INDK e KONJ tem<br />

consequências incontornáveis na composição e consequente interpretação e análise do<br />

texto jornalístico. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, e tal como vimos no capítulo introdutório, o texto noticioso<br />

é composto estratégias <strong>de</strong> citação distintas que se articulam para formar um todo coerente.<br />

38 Verificámos, no entanto, alguma discrepância entre Zifonun et alii. (1997) e Eisenberg (1999) na<br />

interpretação semântica dos tipos <strong>de</strong> verbo. O segundo autor consi<strong>de</strong>ra os verbos “glauben” e “behaupten”<br />

claramente não-factivos, enquanto que o primeiro texto gramatical consi<strong>de</strong>ra que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do contexto,<br />

po<strong>de</strong>m remeter para contextos mo<strong>da</strong>lizados ou factivos.<br />

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