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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

II. Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no DI<br />

2.1. Observações iniciais<br />

44<br />

Ao iniciarmos a nossa exposição sobre a <strong>de</strong>scrição e análise do comportamento dos<br />

tempos verbais nos exemplos recolhidos do corpus em português, procuramos,<br />

primeiramente, <strong>de</strong>finir os objectivos do capítulo e o princípio organizador que o norteia.<br />

Procurámos proce<strong>de</strong>r a uma recolha e análise quantitativa dos <strong>da</strong>dos, nomea<strong>da</strong>mente, à<br />

sistematização numérica e percentual <strong>da</strong>s formas verbais que servem <strong>de</strong> núcleo predicativo<br />

na oração introdutória e na oração subordina<strong>da</strong> e, por último, <strong>de</strong>bruçámo-nos sobre as<br />

relações <strong>de</strong> co-ocorrência entre as formas verbais nas duas orações que compõem acto<br />

discursivo citador. Foi nosso objectivo verificar o nível <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado tempo na oração que opera como discurso citado e verificar, até que ponto, o<br />

tempo verbal nele expresso influencia o nível <strong>de</strong> integração contextual e valores<br />

polissémicos <strong>da</strong>s formas verbais na oração subordina<strong>da</strong>. Entrámos, igualmente, em linha <strong>de</strong><br />

conta com todos os elementos que compõem a noção gramatical <strong>de</strong> tempo, nomea<strong>da</strong>mente<br />

os tempos verbais, o conjunto <strong>da</strong>s preposições e o quadro dos adverbiais <strong>de</strong> tempo e <strong>da</strong>s<br />

conjunções, o valor dos complementos circunstanciais e o <strong>de</strong>nominado “consecutio<br />

temporum” ou nexo sintáctico (Lopes 1971: 221), ou seja, a sequencialização dos tempos<br />

verbais que ganha excepcional relevo nas frases complexas, estabelecendo restrições em<br />

termos temporais, aspectuais e/ou mo<strong>da</strong>is:<br />

[…] enquanto os tempos <strong>da</strong>s frases simples i<strong>de</strong>ntificam <strong>de</strong> um modo geral um tempo<br />

localizado em relação ao momento <strong>da</strong> enunciação, tal não acontece em muitas frases<br />

complexas e por isso não só há restrições quanto à ocorrência <strong>de</strong> tempos nas duas orações<br />

como po<strong>de</strong> haver leituras diversas. (Mateus et alli. 2003: 173)<br />

Tendo em conta a opção metodológica que fizemos no início do nosso trabalho, na<br />

selecção do corpus, a frase complexa e as relações sintácticas que lhe são inerentes<br />

ganham especial relevo <strong>de</strong>ntro do universo discursivo do estilo indirecto em texto<br />

jornalístico, na medi<strong>da</strong> em que tentam recuperar, na escrita, discursos prévios imputados a<br />

outrem. De facto, a oração complexa, no texto jornalístico encerra três momentos<br />

comunicativos que Lin<strong>da</strong> Waugh (1995: 135) <strong>de</strong>signa <strong>de</strong> “reporting speech event”,

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