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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do alemão no discurso indirecto<br />

Em contextos em que ocorre o BR sintacticamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e sinalizado,<br />

necessariamente, pelo KONJ, uma vez que a expressão <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> ilocução não<br />

introduz directamente o conteúdo proposicional transcrito, as formas <strong>de</strong> INDK traduzem<br />

uma mu<strong>da</strong>nça contextual <strong>de</strong> tipologia discursiva, ou seja, sinalizam a <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong><br />

“Behauptungsperspektive” que não é imputa<strong>da</strong> a outrem que não seja o jornalista no mero<br />

relato/transmissão <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos empíricos e factuais.<br />

No que concerne à interpretação semântico-temporal <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> INDK em<br />

contexto <strong>de</strong> DI, Zifonun et alii.(1997) consi<strong>de</strong>ram que os tempos verbais que compõem<br />

este modo verbal indicam, na maioria dos contextos, à semelhança <strong>de</strong> KONJ, uma<br />

alteração/transposição <strong>de</strong> perspectiva, passando a ser o MEO que <strong>de</strong>tém o valor <strong>de</strong> marco<br />

referencial principal. No entanto, a avaliação do ponto <strong>de</strong> ancoragem do discurso citado<br />

nem sempre se reveste <strong>de</strong> lineari<strong>da</strong><strong>de</strong> na medi<strong>da</strong> em que surgem, como veremos pela<br />

análise do corpus seleccionado, casos <strong>de</strong> duplo acesso, ou seja, em que é possível<br />

consi<strong>de</strong>rar como ponto <strong>de</strong> perspectiva temporal qualquer um dos MEs, o que conduz a<br />

interpretações semântico-temporais distintas do enunciado. Ocorrem, no entanto,<br />

contextos em que o conteúdo proposicional é válido para as duas situações <strong>de</strong> enunciação,<br />

e nestes casos torna-se irrelevante o ponto <strong>de</strong> ancoragem, por se tratar, por exemplo, <strong>de</strong><br />

um <strong>da</strong>do factual, <strong>de</strong> uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> universal. Nesse sentido, os autores propõem que, à<br />

excepção dos textos narrativos, se consi<strong>de</strong>re, que em contextos inequívocos <strong>de</strong><br />

transposição discursiva em estilo indirecto, há sempre uma alteração <strong>de</strong> perspectiva, <strong>de</strong> tal<br />

forma que o acto discursivo original é o ponto <strong>de</strong> ancoragem a partir do qual o discurso<br />

citado é localizado (Zifonun et alii. 1997: 1783). Esta interpretação generalista permite, <strong>de</strong><br />

alguma forma, solucionar o problema, em casos marcados pela ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas po<strong>de</strong><br />

incorrer numa generalização extrema, na medi<strong>da</strong> em que, como vimos em Fabricius-<br />

Hansen (1989) o emprego dos tempos verbais <strong>de</strong> INDK implica o estabelecimento <strong>de</strong><br />

relações semântico-temporais em que a <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> perspectiva temporal po<strong>de</strong> ou não<br />

estar presente, tendo em conta os tempos verbais empregues e as<br />

especificações/actualizações contextuais através <strong>de</strong> advérbios ou conjunções temporais,<br />

por exemplo.<br />

O emprego do modo INDK na forma <strong>de</strong> citação em estilo indirecto pren<strong>de</strong>-se, no<br />

essencial, com a sinalização <strong>de</strong> tipologias discursivas num <strong>de</strong>terminado universo textual e<br />

com a, <strong>da</strong>í <strong>de</strong>corrente, imputação <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e/ou a<strong>de</strong>são dos LOCs a um<br />

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