11.12.2012 Views

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

distintas, em que po<strong>de</strong> ocorrer um modo em vez <strong>de</strong> outro ou mesmo um tempo verbal,<br />

<strong>de</strong>ntro do mesmo modo, em substituição <strong>de</strong> outro.<br />

No que respeita o emprego <strong>de</strong> PConj, IConj, PPConj e FConj é ponto comum aos<br />

quatro tempos verbais, o efeito <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>lização dos enunciados, sendo que são sempre <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar as relações intra e inter-sintagmáticas que <strong>de</strong>finem o uso dos tempos verbais em<br />

causa. Elementos contextuais como o tipo <strong>de</strong> predicado introdutório, o tipo <strong>de</strong> oração em<br />

que as formas <strong>de</strong> CONJ <strong>de</strong> inserem, a in<strong>de</strong>finição dos sujeitos corroboram a noção <strong>de</strong><br />

“não-factuali<strong>da</strong><strong>de</strong>”, actualiza<strong>da</strong> contextualmente. Consi<strong>de</strong>rámos que existe a manutenção<br />

<strong>de</strong> PConj dos enunciados em estilo directo para estilo indirecto e que IConj transporá as<br />

formas <strong>de</strong> PConj <strong>de</strong> um contexto enunciativo para o outro; quanto a PPConj e FConj<br />

parecem ser mantidos do discurso citado original para o discurso citado, tendo em conta as<br />

informações semântico-temporais que encerram.<br />

Por último, observámos o comportamento <strong>da</strong>s construções perifrásticas enquanto<br />

operadores aspectuais em contexto <strong>de</strong> citação indirecta, tendo como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> que<br />

estas estruturas permitem ao falante perspectivar internamente o processo expresso pelo<br />

verbo. Destacámos a importância <strong>da</strong> construção progressiva, que possibilita a referência a<br />

intervalos <strong>de</strong> tempo coinci<strong>de</strong>ntes com ME, uma interpretação raramente veicula<strong>da</strong> por<br />

PRInd. Efectivamente, estas construções são uma particulari<strong>da</strong><strong>de</strong> relevante do sistema<br />

verbal português porque veiculam, simultaneamente, informações temporais e aspectuais,<br />

po<strong>de</strong>ndo alterar a forma <strong>de</strong> perspectivação do enunciado sem utilização <strong>de</strong> outros recursos<br />

linguísticos.<br />

Quanto à aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> hipótese teórica <strong>de</strong> Comrie (1986) ao Português, no<br />

contexto discursivo que analisamos em particular, parece-nos que há um factor que inibe a<br />

sua vali<strong>da</strong><strong>de</strong> na transposição discursiva em estilo indirecto em português e que se pren<strong>de</strong><br />

com o facto <strong>de</strong> a regra <strong>de</strong> Comrie (1986) prever uma série <strong>de</strong> transposições fixas entre<br />

tempos verbais do DD para o DI. Como pu<strong>de</strong>mos constatar para o português, essa operação<br />

meramente formal e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do valor semântico-temporal dos tempos verbais<br />

envolvidos, não ocorre. Como foi possível verificar o valor temporal e mo<strong>da</strong>l dos tempos<br />

verbais analisados é relevante na transposição discursiva e, ain<strong>da</strong> que haja tempos verbais<br />

que naturalmente sejam consi<strong>de</strong>rados, no DI, os equivalentes <strong>de</strong> tempos verbais do DD,<br />

nem sempre se verifica a sua ocorrência, o que implica uma certa liber<strong>da</strong><strong>de</strong> estilística e<br />

discursiva por parte do jornalista. Como vimos, as formas verbais estabelecem entre si<br />

133

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!