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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong>, face a ME prévio e actual, ain<strong>da</strong> que nos pareça que a marca essencial do<br />

tempo verbal é a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong> ao valor semântico do verbo mo<strong>da</strong>l “<strong>de</strong>ver”. No<br />

enunciado seguinte (75), o FS evi<strong>de</strong>ncia um intervalo temporal posterior a ME e à situação<br />

comunicativa <strong>de</strong> origem, e, neste contexto, parece-nos que a leitura temporal se sobrepõe a<br />

uma interpretação mo<strong>da</strong>l. Assim, o emprego <strong>da</strong> forma analítica “vão impedir” introduziria<br />

a mesma informação temporal, mas po<strong>de</strong>ria significar uma maior assertivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. No<br />

exemplo 83, a presença do FS contribui, essencialmente, para fixar um momento posterior<br />

ao <strong>de</strong> ME inicial e actual. No entanto, configura um sentido mo<strong>da</strong>l hipotético, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> condições explicitamente forneci<strong>da</strong>s pelo contexto, através do emprego <strong>de</strong> uma oração<br />

condicional. O enunciado que se segue (102) permite, mais uma vez, uma interpretação <strong>de</strong><br />

duplo sentido do FS, na medi<strong>da</strong> em que, para além <strong>da</strong> referência a um contexto <strong>de</strong><br />

futuri<strong>da</strong><strong>de</strong>, já sobejamente menciona<strong>da</strong>, acresce o sentido mo<strong>da</strong>l epistémico marcado pelo<br />

emprego <strong>da</strong> adversativa “porém”, pela articulação com o PConj e pela ocorrência <strong>de</strong> uma<br />

oração condicional. Por fim, o último exemplo compulsado (79a) aponta para uma<br />

interpretação unicamente mo<strong>da</strong>l <strong>da</strong> forma do FS, com valor hipotético. Relativamente à<br />

inscrição dos factos na linha do tempo, parece, por um lado haver suspensão <strong>de</strong> ancoragem<br />

face a um ponto <strong>de</strong> referência específico, havendo, por isso, um valor <strong>de</strong> permanência, que<br />

inclui necessariamente ME e MEO. A utilização do FS no DI parece ser um recurso<br />

semântico importante, tendo em conta a eficácia pragmática pretendi<strong>da</strong> pelo jornalista.<br />

Nesse sentido, torna-se ain<strong>da</strong> mais difícil recuperar o enunciado original, uma vez que<br />

existem outras formas <strong>de</strong> exprimir futuri<strong>da</strong><strong>de</strong>, existindo divergências, exactamente, nos<br />

sentidos mo<strong>da</strong>is mais ou menos vincados que as formas verbais transmitem. Acresce que,<br />

mesmo em alguns enunciados em discurso indirecto seria possível estabelecer relações <strong>de</strong><br />

dispensabili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre FS e PRInd ou outras construções, em termos temporais, colocando-<br />

se a questão ao nível <strong>da</strong> estratégia comunicativa pretendi<strong>da</strong>, o que implica uma particular<br />

atenção à integração do FS no contexto. Tendo em conta a informação <strong>de</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que este tempo verbal encerra, diremos que, na oração subordina<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> estabelecer<br />

relação <strong>de</strong> dispensabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com o FP, com ancoragem directa a MEO. Após o PRInd, a<br />

manutenção <strong>de</strong> FS parece-nos legítima e <strong>de</strong> acordo com a sua utilização na situação<br />

discursiva original. Quanto ao emprego <strong>de</strong> FS na oração subordinante, verificamos que o<br />

emprego do INF na forma composta po<strong>de</strong> ser resultado <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> forma do<br />

discurso original para o discurso citado, ou po<strong>de</strong> ser resultado <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> um PPS<br />

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