11.12.2012 Views

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> no discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

20<br />

Assim, no ponto que se segue, procuramos caracterizar o género que <strong>de</strong>signamos por<br />

texto jornalístico e avaliar o papel e as configurações que a transposição em estilo indirecto<br />

po<strong>de</strong> assumir neste tipo <strong>de</strong> discurso, ou seja, preten<strong>de</strong>mos averiguar em que medi<strong>da</strong> a<br />

tipologia textual – a notícia – <strong>de</strong>termina a natureza funcional <strong>da</strong> categoria que <strong>de</strong>signamos<br />

por DI. Assumimos, por isso, o seguinte pressuposto: “general discourse types (genres) set a<br />

frame which <strong>de</strong>termines the functional nature of the categories which are used within that<br />

frame” (Waugh 1995: 129).<br />

1.2. A utilização do discurso indirecto no texto jornalístico<br />

A bibliografia consulta<strong>da</strong> no que concerne à análise do DI no texto jornalístico<br />

permite-nos verificar a existência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong>ste relativamente ao texto<br />

ficcional e ao discurso oral. Marie-Hélène Perennec analisa o emprego do DI em textos<br />

ficcionais e não ficcionais, consi<strong>de</strong>rando que o primeiro tipo <strong>de</strong> texto tem um objectivo<br />

essencialmente narrativo, em que a voz do narrador, muitas vezes omnisciente, se dilui,<br />

enquanto que a voz <strong>da</strong>s personagens surge à superfície. No que concerne aos textos não<br />

ficcionais, a voz do LOC é dominante, instrumentalizando as vozes <strong>de</strong> situações<br />

enunciativas anteriores, que po<strong>de</strong>m ser interpreta<strong>da</strong>s, reformula<strong>da</strong>s por ele:<br />

In fiktiven Texten ist Re<strong>de</strong>wie<strong>de</strong>rgabe ganz <strong>de</strong>r erzählerischen Absicht untergeordnet. Der<br />

Berichter, hier Erzähler genannt, trifft oft hinter seinen Figuren zurück, selbst <strong>de</strong>r<br />

sogenannte allwissen<strong>de</strong> Erzähler dämpft seine Stimme, wenn die seiner Figuren laut<br />

wer<strong>de</strong>n. In Wirklichkeitstexten hingegen bleibt die Stimme <strong>de</strong>s Berichten<strong>de</strong>n immer<br />

dominant, <strong>de</strong>r Berichten<strong>de</strong> instrumentalisiert die Stimmen, die er wie<strong>de</strong>rgibt, er macht sich<br />

die frem<strong>de</strong> Re<strong>de</strong> zu eigen, in<strong>de</strong>m er sie interpretiert, bewertet und benutzt. (Pérennec 2002:<br />

52)<br />

Graciela Reyes (1982), no artigo “El estilo indirecto en el texto periodístico”,<br />

estabelece resumi<strong>da</strong>mente as diferenças entre discurso oral e escrito e entre discurso e<br />

histoire. As distinções explana<strong>da</strong>s pela autora assentam na distinção entre Sit E (situação<br />

<strong>de</strong> enunciação), a situação real <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um texto e Sit E, a situação <strong>de</strong> enunciado,<br />

que estabelece o texto em si, ou seja, a primeira remete para um conceito <strong>de</strong> enunciação<br />

como processo, a segun<strong>da</strong> para enunciação como resultado <strong>de</strong>sse processo. Assim, o<br />

discurso oral caracteriza-se <strong>de</strong> acordo com a seguinte formulação: “Sit E es co-presente

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!