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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

permite, uma possível reconstrução do momento discursivo inicial. No entanto, po<strong>de</strong>remos<br />

tecer algumas consi<strong>de</strong>rações prévias relativamente ao emprego do PPS no DI. Parece-nos<br />

que o emprego do PPS mantém, quer no discurso citador, quer no discurso citado aquele<br />

que é o seu valor temporal principal: iminentemente retrospectivo e circunscrito,<br />

remetendo para um lapso <strong>de</strong> tempo anterior a ME. O PPS é, como verificámos, um tempo<br />

verbal que estabelece uma relação privilegia<strong>da</strong> com ME, <strong>da</strong>í ser a forma verbal mais<br />

recorrente na oração introdutória, por ter uma função referencial, que permite localizar<br />

outras formas verbais. É, no entanto, um tempo verbal que tem uma função muito<br />

específica no quadro <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em português e, exactamente por isso, <strong>de</strong>nota pouca<br />

variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> semântica e é contextualmente pouco produtiva. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />

outros usos menos significativos que a forma possa apresentar em outros contextos que não<br />

o DI, nesta forma discursiva em específico, o PPS tem função retrospectiva, quer face a<br />

ME, quer relativamente a um outro ponto <strong>de</strong> referência passado, sendo neste caso menos<br />

recorrente. Quando o PPS ocorre na expressão <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> ilocução, verificamos que ele<br />

é directamente justificado por ME actual, enquanto ponto <strong>de</strong> ancoragem. Repare-se, no<br />

entanto, que no discurso citado, quando o verbo se encontra num tempo verbal que não<br />

veicula informação <strong>de</strong> passado, a ancoragem <strong>de</strong> PPS é ambígua, porque não é claro, se<br />

ocorre face a ME ou a MEO. Assim, nestes contextos, diremos que se tratam <strong>de</strong> frases <strong>de</strong><br />

acesso duplo (<strong>Oliveira</strong> 1998: 430).<br />

58<br />

Relativamente ao empregos dos tempos verbais que ocorrem na oração<br />

subordina<strong>da</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> PPS que consta <strong>da</strong> oração subordinante, julgamos ser possível<br />

inferir que: no enunciado 82, a forma perifrástica ir (PRInd) + INF parece ter sido manti<strong>da</strong><br />

no discurso original e no discurso citado, na medi<strong>da</strong> em que o emprego <strong>de</strong> um tempo<br />

verbal <strong>de</strong> passado como PImp introduziria no enunciado um valor <strong>de</strong> incerteza que PRInd<br />

não contempla; no exemplo 87, o emprego <strong>de</strong> PConj, a par com o emprego do advérbio<br />

“ain<strong>da</strong>” apresenta uma interpretação <strong>de</strong> aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua com valor <strong>de</strong><br />

posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> face a ME e MEO, ain<strong>da</strong> que fosse possível substituí-la pela forma do<br />

Imperfeito <strong>de</strong> Conjuntivo (IConj) “pu<strong>de</strong>ssem ser convencidos”; no enunciado 97a a<br />

manutenção <strong>da</strong> forma <strong>de</strong> FS <strong>de</strong>corre do emprego <strong>de</strong> PConj na oração condicional inicia<strong>da</strong><br />

por “se”, mas seria possível empregar o IConj “chegassem” e o Futuro do Pretérito (FP)<br />

“estaria”, sendo que o MR passaria a ser MEO e não ME; no exemplo 110, o emprego <strong>de</strong><br />

PRInd justifica-se pela interpretação <strong>de</strong> aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua; o enunciado 84a permite

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