11.12.2012 Views

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Enquadramento Teórico<br />

oratio quasi obliqua, segundo a qual o discurso alheio é assumido quase completamente<br />

como próprio, ou seja, a voz do narrador é praticamente diluí<strong>da</strong>, sendo voz do LOC que<br />

assume a situação enunciativa anterior:<br />

(…) en la oratio quasi obliqua la voz <strong>de</strong>l narrador es más ténue, o no se oye, y <strong>de</strong> ahí su uso<br />

abun<strong>da</strong>nte en enunciaciones en las que el locutor assume el acto proposicional ajeno.<br />

(Reyes 1984: 83)<br />

Nessa medi<strong>da</strong>, colocam-se algumas questões <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente quanto ao tipo <strong>de</strong> leitura<br />

interpretativa <strong>de</strong> re ou <strong>de</strong> dicto, ou seja, nem sempre é fácil <strong>de</strong>strinçar a autoria <strong>da</strong>s<br />

palavras que po<strong>de</strong>rão ser atribuí<strong>da</strong>s ao LOC ou ao enunciador original. No caso do texto<br />

jornalístico em específico, o texto original dificilmente está ao alcance do leitor, ou seja, o<br />

acto discursivo citado original é sempre irrecuperável e tal não se pren<strong>de</strong>, por isso, só com<br />

o facto <strong>de</strong> haver uma interpretação, uma marca <strong>de</strong> subjectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> por parte do jornalista,<br />

mas também com uma característica que subjaz aos contextos em estilo indirecto e que se<br />

pren<strong>de</strong> com a existência <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> conhecimento prévia, em que o jornalista é, no<br />

fundo, uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> intermediária entre o LOC original e o leitor:<br />

Indirecktheitskontexte sind Kontexte, also Verwendungszusammenhänge, in <strong>de</strong>nen <strong>de</strong>r<br />

Sprecher ein Stück propositionalen Wissens nicht unmittelbar als für ihn selbst zum<br />

Sprechzeitpunkt aktuelles Wissen anspricht, son<strong>de</strong>rn es wie<strong>de</strong>rgibt, in<strong>de</strong>m er sich auf eine<br />

an<strong>de</strong>re Quelle rückbezieht (Zifonun et alii. 1997: 1753).<br />

A transposição discursiva em estilo indirecto pressupõe a existência <strong>de</strong> dois princípios<br />

orientadores que garantem uma relação <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> e coerência entre o acto discursivo<br />

original e acto discursivo original citado. Assim, Zifonun et alii. (1997) <strong>de</strong>finem o<br />

Princípio Proposicional - “Propositionsprinzip” e o Princípio Referencial -<br />

“Referenzprinzip” como estando na base <strong>da</strong> transposição discursiva <strong>de</strong> conteúdos<br />

proposicionais e respectiva força ilocutória. Segundo o primeiro princípio, o DI permite<br />

transpor o conteúdo <strong>de</strong> uma enunciação prévia, enquanto que a <strong>de</strong>scrição e inerente<br />

interpretação do acto ilocutório obtém a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> ilocução -<br />

“Referatanzeige”, em que o verbo <strong>de</strong> introdução <strong>de</strong> ilocução é central. 4 O segundo<br />

4 “Die Referatanzeige kann die vollzogene Sprechhandlung unterschiedlich genau wie<strong>de</strong>rgeben bzw.<br />

wie<strong>de</strong>rgebend interpretieren: Sagen dient als allgemeinstes referatanzeigen<strong>de</strong>s Verb, <strong>da</strong>s bei<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!