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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

uma interpretação semelhante à do exemplo 97a, na medi<strong>da</strong> em que o emprego <strong>de</strong><br />

PRInd+INF “preten<strong>de</strong> avançar” é directamente justificado por ancoragem a ME e implica a<br />

vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> intenção do LOC em MEO, ME e para além <strong>de</strong>stes intervalos consi<strong>de</strong>rados; os<br />

exemplos 155 e 6 são paradigmáticos do fenómeno <strong>de</strong> aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua. No caso do<br />

exemplo 125, existe transposição temporal, porque o processo <strong>de</strong>signado pelo verbo está<br />

circunscrito à esfera do passado, logo, po<strong>de</strong>mos inferir uma transposição PRInd - PImp.<br />

Nos exemplos 156, 6 e 68, ocorrem casos <strong>de</strong> manutenção do PPS, não havendo uma<br />

transposição para Pretérito mais-que-perfeito Simples ou Composto (PMPS/PMPC), como<br />

seria esperado. A este propósito, Comrie (1987) refere o seguinte:<br />

This might suggest as the general rule that where the verb in the original utterance is in the<br />

past already, it remains unchanged after a main clause verb in the indirect speech (…)<br />

(Comrie 1987: 290/291).<br />

Relativamente ao exemplo 68, parece-nos relevante notar a presença do INF, que<br />

por razões estilísticas ocorre em vez <strong>da</strong> forma do PImp, empregue na oração coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong><br />

posterior.<br />

Quanto à presença do PPS no discurso citado, po<strong>de</strong>mos constatar que, nos exemplos<br />

6, 59, 60, 114, o verbo <strong>da</strong> oração introdutória pertence aos tempos do “presente”, <strong>da</strong>í a<br />

manutenção <strong>da</strong> forma do PPS, que correspon<strong>de</strong>rá à utiliza<strong>da</strong> no discurso original. Nos<br />

restantes enunciados, em que os verbos introdutórios pertencem aos tempos do “passado”,<br />

o PPS é sempre retido o que vai <strong>de</strong> encontro à regra referi<strong>da</strong> algumas linhas acima.<br />

Em termos globais po<strong>de</strong>mos afirmar, por enquanto, e tendo em conta os exemplos<br />

analisados que há alguma tendência para a aplicação <strong>da</strong> regra postula<strong>da</strong> por Comrie. Na<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a seguir a verbos introdutórios que se encontram em tempos do presente parece<br />

haver retenção <strong>da</strong>s formas verbais do discurso original para o discurso citado, bem como a<br />

manutenção <strong>de</strong> tempos do passado <strong>de</strong> um momento enunciativo para outro, na oração<br />

subordina<strong>da</strong>. Assinalámos, igualmente, casos explícitos em que prevalece o fenómeno <strong>de</strong><br />

aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua mas verificámos que há enunciados em que po<strong>de</strong>ria ocorrer<br />

transposição dos tempos verbais, mas tal não acontece e a ancoragem directa mantém-se<br />

relativamente a ME. Nesse sentido, não po<strong>de</strong>remos falar <strong>de</strong> uma correspondência unívoca e<br />

regulamenta<strong>da</strong> entre os tempos verbais <strong>da</strong> enunciação original e discurso citado, na<br />

<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> um verbo introdutório <strong>de</strong> passado.<br />

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