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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

exigem, no que concerne às relações inter-sintagmáticas 26 que estabelecem, a ocorrência<br />

<strong>de</strong>ste modo verbal. Em termos temporais, a selecção <strong>de</strong> PConj. <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> PRInd, nos<br />

exemplos 36, 118 e 122, implica a projecção dos acontecimentos num momento posterior a<br />

ME original e actual. Relativamente ao exemplo 84, o verbo <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> ilocução no PPS<br />

permite, igualmente, projectar os acontecimentos para além do acto enunciativo original e,<br />

muito provavelmente, <strong>de</strong> ME actual. No enunciado 76, o PConj. ocorre numa oração<br />

directamente introduzi<strong>da</strong> pelo GER, ain<strong>da</strong> que este remeta para uma sobreposição face ao<br />

momento <strong>de</strong>signado pelo PPS. Assim, a forma <strong>de</strong> PConj é parcialmente coinci<strong>de</strong>nte com<br />

PPS, mas oferece a mesma leitura relativamente a ME actual, uma vez que o tipo aspectual<br />

do predicado e a utilização do PConj permitem uma leitura <strong>de</strong> iterativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

É importante ressalvar que, à excepção do exemplo 145a, a presença dos sintagmas<br />

em que ocorre PConj. representa, face aos predicados <strong>da</strong> oração subordinante, a função <strong>de</strong><br />

complemento directo, ou seja, há uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> posições hierárquicas contextuais que<br />

necessitam <strong>de</strong> ser preenchi<strong>da</strong>s, tendo em conta o predicado principal. Repare-se, no<br />

entanto, que é sempre inerente ao CONJ uma série <strong>de</strong> sentidos específicos <strong>de</strong> acordo com<br />

as circunstâncias pragmáticas inerentes ao acto ilocutório: “o conteúdo semântico<br />

específico (“dúvi<strong>da</strong>”, “possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>”, “or<strong>de</strong>m”, “<strong>de</strong>sejo”, etc.) dos sintagmas ou <strong>da</strong>s frases<br />

em questão será quase sempre apreendido antes do traço genérico “não-afirmação” (Santos<br />

2003: 393).<br />

O PConj na oração introdutória permite manter os tempos verbais que terão<br />

integrado o discurso citado original, ou seja, não se verifica transposição discursiva.<br />

Relativamente à sua leitura em contexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência face ao verbo <strong>de</strong> relação <strong>de</strong><br />

ilocução introdutório, verifica-se a não existência <strong>de</strong> transposição temporal quando o<br />

predicado principal ocorre em PPS ou em PRInd porque a leitura a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> nas duas<br />

situações comunicativas é <strong>de</strong> futuri<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

26 Os conceitos “<strong>de</strong>terminação intra-sintagmática” e “<strong>de</strong>terminação inter-sintagmática” são utilizados por<br />

Santos (2003) e remetem respectivamente, para uma <strong>de</strong>terminação interna e externa <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> CONJ, ou<br />

seja, a primeira confere-lhe o valor axiológico <strong>de</strong> “não-afirmação” através <strong>de</strong> um momena <strong>de</strong> conjuntivo,<br />

enquanto que a segun<strong>da</strong> remete para as relações básicas <strong>de</strong> construção frásica, em que o os predicados em<br />

tempos do conjuntivo exercem funções específicas <strong>de</strong>terminados, ou mesmo <strong>de</strong>terminando outros sintagmas<br />

(cf. Santos 2003: 513)<br />

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