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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

enunciação, enquanto que o “Betrachtzeit” remete para o evento. Nesse sentido, a<br />

interpretação semântico-temporal dos tempos simples do alemão – com a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> excepção do<br />

FUT/FUTP - assenta na conjugação <strong>de</strong> um “Betrachtzeit” que se sobrepõe ao “Faktzeit”,<br />

sendo que é o “Sprechzeit” que assume o papel <strong>de</strong> “Orientierungszeit”. Para os tempos<br />

compostos é evi<strong>de</strong>nte a complexificação do quadro interpretativo, na medi<strong>da</strong> em que há que<br />

entrar em linha <strong>de</strong> conta com a forma <strong>de</strong> PARII e do verbo auxiliar na forma finita, como<br />

elementos que contribuem para o significado global <strong>da</strong> forma verbal. Assim, consi<strong>de</strong>ram os<br />

autores que há dois contextos interpretativos a ter em conta <strong>de</strong> forma a analisar um tempo<br />

composto: o “Betrachtzeit” é válido para o verbo auxiliar e é, também, o “Orientierungszeit”,<br />

a partir do qual se configura um segundo “Betrachtzeit”, válido para a interpretação <strong>da</strong> forma<br />

não conjugável:<br />

Zusammengesetzte Zeitformen wer<strong>de</strong>n an einem geordneten Paar von Interpretationskontexten<br />

ge<strong>de</strong>utet. Dabei ist <strong>de</strong>r erste ZIK ein geeigneter zeitlicher Interpretationskontext für <strong>da</strong>s<br />

Obertempus (Hilfsverbtempusform), <strong>de</strong>r zweite ZIK’ ein geeigneter zeitlicher<br />

Interpretationskontext für einen Infinitiv Perfekt. Verbun<strong>de</strong>n sind ZIK und ZIK’ <strong>da</strong>durch, <strong>da</strong>ss<br />

generell festgelegt ist, <strong>da</strong>ss die Betrachtzeit von ZIK gleich <strong>de</strong>r Orientierungszeit von ZIK’ ist.<br />

(Zifonun et alii. 1997: 1702)<br />

Assim, a co-ocorrência <strong>de</strong> advérbios ou expressões adverbiais temporais, que como<br />

vimos, se reportam ao momento <strong>da</strong> observação – “Betrachtzeit” – po<strong>de</strong> ser ambígua, na<br />

medi<strong>da</strong> em que suscitam uma dupla interpretação, nem sempre sendo claro, se se reportam<br />

ao verbo auxiliar ou à forma não conjuga<strong>da</strong>.<br />

Por outro lado, a interpretação semântico-temporal dos tempos verbais em alemão<br />

<strong>de</strong>monstra que a sua análise não se baseia em <strong>de</strong>limitações cronológicas estanques,<br />

havendo uma concepção dinâmica e contextual que, como vimos, assenta na posição<br />

relativa <strong>de</strong> ME como MO e na concepção <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> observação –“Betrachtzeit” que<br />

especifica e enquadra o MS. Zifonun et alii. (1997) <strong>de</strong>monstram ao longo <strong>da</strong> sua análise<br />

que uma interpretação flexível dos tempos verbais em situação textual/discursiva implica<br />

uma sequência coerente e plena <strong>de</strong> sentido, em que a ocorrência <strong>de</strong> um tempo verbal, a par<br />

com outras uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s linguísticas importantes na expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong>, possibilita e,<br />

simultaneamente, condiciona a forma verbal subsequente:<br />

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