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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

que o emprego do INF não é temporal mas sim do foro sintáctico. O exemplo posterior<br />

(113) apresenta um predicado complexo constituído por um “InFP + InfI”, tratando-se <strong>de</strong><br />

uma construção <strong>de</strong> controlo do sujeito. Estamos diante <strong>de</strong> uma completiva <strong>de</strong> tempo<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, em que o predicado po<strong>de</strong>ria ser substituído pela forma vai + InfI. No<br />

exemplo 116, ocorre um predicado no INF flexionado, mas po<strong>de</strong>ria igualmente não haver<br />

concordância com o sujeito foneticamente nulo <strong>da</strong> completiva (construção <strong>de</strong> controlo do<br />

sujeito), passando a ocorrer um predicado em InfI. O INF é precedido por uma preposição<br />

pedi<strong>da</strong> pela construção anterior, pelo que a utilização <strong>da</strong> completiva infinitiva aponta para<br />

questões <strong>de</strong> natureza sintáctica e não temporal. O predicado <strong>da</strong> oração cita<strong>da</strong> no exemplo<br />

seguinte (39a) é constituído pelo verbo “querer PRInd + InfI”, ou seja, trata-se <strong>de</strong> uma<br />

completiva <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>da</strong>í a utilização <strong>da</strong> forma não flexiona<strong>da</strong> <strong>de</strong> INF,<br />

<strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong> <strong>de</strong> valor temporal e que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> PRInd anterior. Nesse sentido, o emprego<br />

do INF adquire, mais uma vez, uma dimensão sintáctica. O enunciado compulsado em<br />

segui<strong>da</strong> (123a) apresenta um complexo em que o primeiro INF flexionado é justificado<br />

pelo verbo <strong>de</strong> traço acusativo, seguido <strong>de</strong> um INF não flexionado que é justificado<br />

sintacticamente pela construção anterior, numa construção <strong>de</strong> controlo do sujeito. O<br />

primeiro INF é <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma opção estilística por parte do jornalista, até porque<br />

po<strong>de</strong>ria ser substituído pelo PPS; o segundo justifica-se gramaticalmente. O último excerto<br />

(144a) inclui um adjectivo avaliativo que selecciona uma completiva com relação<br />

gramatical <strong>de</strong> sujeito, sendo que o sujeito <strong>da</strong> completiva é nulo e arbitrário.<br />

Assim, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que o emprego do INF quer na oração introdutória,<br />

quer na oração <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>corre, por um lado, <strong>de</strong> questões gramaticais e sintácticas <strong>de</strong><br />

coerência, po<strong>de</strong>ndo, no entanto, adquirir um valor temporal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do contexto. O INF<br />

simples estabelece relações <strong>de</strong> dispensabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com PRInd, PRInd+INF na expressão <strong>de</strong><br />

futuro e mesmo FutS, ou PImp enquanto que a forma complexa estabelece essas relações<br />

com PPS e PMPC. Verificamos que a escolha <strong>de</strong> INF po<strong>de</strong> exprimir relações temporais,<br />

quando conjugado com outras formas verbais, enquanto que o seu uso gramatical em<br />

construções fixas e a opção entre a forma flexiona<strong>da</strong> e não flexiona<strong>da</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> regras<br />

sintácticas, tendo em conta os elementos que as justificam.<br />

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