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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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0. Introdução<br />

Introdução<br />

A investigação sobre o funcionamento dos sistemas verbais do português e do<br />

alemão tem apontado para a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste domínio e <strong>de</strong>monstrado que diversas<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s se opõem à sua sistematização. No entanto, tem igualmente permitido<br />

reavaliar e reequacionar esses mesmos paradigmas verbais <strong>de</strong> acordo com diferentes<br />

pressupostos teóricos e metodológicos e tendo em conta manifestações particulares do<br />

comportamento dos tempos verbais.<br />

Globalmente, “a categoria tempo serve para localizar as situações (…) expressas<br />

nas línguas em diferentes tipos <strong>de</strong> enunciados” (Mateus et alii. 2003: 129), ou seja, permite<br />

gramaticalizar a localização temporal (Comrie 1985: vii), que não assenta na relação<br />

unívoca entre tempo verbal e tempo cronológico. Há <strong>de</strong>sajustes entre o espaço que as<br />

formas verbais ocupam no sistema e a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrências e actualizações que uma<br />

língua encerra, enquanto sistema autónomo <strong>de</strong> comunicação indissociável <strong>da</strong> prática<br />

linguística real. As convenções terminológicas e conceptuais que ocorrem no texto<br />

gramatical e científico, estudos <strong>de</strong> cariz explicativo e <strong>de</strong>scritivo, permitem integrar as<br />

formas no sistema linguístico, enquanto que a sua inclusão em estruturas discursivas, que<br />

assentam na interacção contextual como elemento essencial <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> semântica,<br />

possibilita a compreensão e a interpretação <strong>de</strong> todos os valores que a forma po<strong>de</strong> adquirir<br />

na comunicação quotidiana e real dos falantes:<br />

Tempora treffen entwe<strong>de</strong>r auf geeignete Interpretationskontexte, relativ zu <strong>de</strong>nen sie<br />

interpretiert wer<strong>de</strong>n, o<strong>de</strong>r sie liefern Bedingungen für <strong>de</strong>n Übergang zu an<strong>de</strong>ren zeitlichen<br />

Interpretationskontexten. Das gleiche gilt für temporale Adverbien und temporale<br />

Adverbialia allgemein.” (Zifonun et alii. 1997: 1713)<br />

A função essencialmente enunciativa e orientativa dos tempos verbais,<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente integrados em contextos específicos, pressupõe a existência <strong>de</strong> duas<br />

dimensões, nomea<strong>da</strong>mente, a perspectiva temporal e a localização relativa <strong>da</strong> forma, tendo<br />

em conta momentos <strong>de</strong> localização temporal, que po<strong>de</strong>m ou não ser explicitamente<br />

fornecidos pelo contexto, sendo que o carácter arbitrário do momento <strong>da</strong> enunciação,<br />

ganha especial relevo enquanto ponto <strong>de</strong> referência base, relativamente ao qual existe<br />

unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong> terminológica e <strong>de</strong> significação.<br />

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