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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

co-texto” (Fonseca 1994: 25). Por outro lado, consi<strong>de</strong>ra a autora que valor temporal e valor<br />

mo<strong>da</strong>l são indissociáveis, <strong>da</strong>í que a escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tempo verbal pelo locutor,<br />

po<strong>de</strong> ser um factor <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>lização do enunciado, pelo que a autora consi<strong>de</strong>re os empregos<br />

mo<strong>da</strong>is <strong>de</strong> tempos verbais como PImp, FS ou FC “um efeito intratextual <strong>de</strong> uma transição<br />

temporal que foge às regras previstas no mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> coerência temporal <strong>de</strong>ntro do texto”<br />

(Fonseca 1994: 22). Subjaz a esta análise <strong>de</strong> Fernan<strong>da</strong> Irene Fonseca, o conceito <strong>de</strong><br />

“metáfora temporal”, baseado em Weinrich (1964) e aplicado à interpretação <strong>da</strong>s formas<br />

verbais do KONJ alemão. Defen<strong>de</strong> a autora que a manutenção dos seis tempos verbais do<br />

CONJ em Português se <strong>de</strong>ve ao facto <strong>de</strong> estes serem empregues em contextos que vão para<br />

além <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s previstas na consecutio temporum, ou seja, as formas do CONJ<br />

estabelecem combinatórias não previstas relativamente ao verbo <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m,<br />

permitindo uma “transição temporal heterogénea”, que leva a uma mo<strong>da</strong>lização do<br />

enunciado (Fonseca 1994: 26).<br />

112<br />

A <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong>s formas do CONJ relativamente a uma outra forma verbal do<br />

contexto que as actualiza, traduz-se num valor temporal relativo e incompleto dos tempos<br />

que constituem este modo. Repare-se, no entanto, que é possível o emprego do CONJ em<br />

orações principais, enquanto “Conjuntivo In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte” (Cunha & Cintra 1997: 465/466)<br />

em enunciados performativos-imperativos, ou na presença explícita ou não <strong>de</strong> advérbios<br />

como talvez e oxalá, característicos do discurso indirecto. Alguns autores como Irene<br />

Fonseca (1994) ou Maria Joana Santos (2003) consi<strong>de</strong>ram a utilização simplista do termo<br />

“Conjuntivo In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte” problemática na medi<strong>da</strong> em que não se equacionam as<br />

regências relega<strong>da</strong>s para o CONJ em oração subordina<strong>da</strong>. Em alguns contextos em que<br />

surge o “Conjuntivo In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte”, o CONJ mantém um valor semântico-pragamático que<br />

não se distingue dos contextos em que surge na <strong>de</strong>pendência contextual <strong>de</strong> um verbo<br />

principal. Nesse sentido, os <strong>de</strong>nominados CONJs “imperativo”, “optativo” e “potencial”<br />

são resumi<strong>da</strong>mente <strong>de</strong>finidos por Santos (2003) <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

(…) o “conjuntivo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte” reconhece-se por auxiliar o “modo imperativo” na<br />

expressão <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m e por exprimir o <strong>de</strong>sejo, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a dúvi<strong>da</strong>, a condição, a<br />

concessão, etc. nos outros casos. (Santos 2003: 145)<br />

Tatiana Pimpão (1998), no seu estudo sobre a relevância do modo verbal na<br />

marcação <strong>da</strong> categoria mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, abor<strong>da</strong> o CONJ tendo em conta uma dupla perspectiva:

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