Revista do Tribunal Regional do Trabalho - 21ª Região - RN

230Não existe mérito nem demérito quando se está diante deuma ação obrigatória. A conduta do indivíduo apenas poderá seraferida após a sua escolha, pois a existência de tão somente umcaminho leva ao inevitável.Quando se atinge uma estrada bifurcada, uma meditaçãose impõe antes da escolha. Trazendo para o assunto em perspectiva,independente da opção o resultado deverá ser avaliado e, por si só,desencadeará um processo de amadurecimento, ao qual comumentenomeia-se deliberação.A deliberação é uma encruzilhada sobre alternativas arespeito da finalidade que se deseja. Não sendo uma obrigação,certamente haverá mais de uma opção.Em muitas oportunidades uma ajuda surgirá sob a luz doveto interno, que nada mais representa a percepção de um demérito,sem qualquer coação externa, seja de ordem física ou legal. Mas isso éuma oportunidade que nem sempre se fará presente e, portanto, não sepode ficar hesitando indefinidamente, pois, fatalmente, chegará omomento que se exigirá uma predileção.Fim é a extremidade física de algo (eskhaton, emgrego), o término de um lapso de tempo, ou um pontode chegada de um percurso (horos, de onde nos veiohoróscopo). Já a finalidade (telos) apresenta doissentidos. Ela é, de um lado, a utilidade de uma coisa,aquilo para que ela serve; de outro lado, fala-setambém em finalidade, em referência ao homem, paraindicar o escopo de uma ação, ou o objetivo de todauma vida.R. do Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.223– 234, jun. 2012