Revista do Tribunal Regional do Trabalho - 21ª Região - RN

352Na hipótese vertente, entretanto, laudos respeitáveis deperitos, inclusive do INSS, informam sobre o estado do reclamante,profundamente abalado pelos fatos acontecidos e o licenciam.Mais do que a empresa reclamada recorrente, a verdadeiravítima do assalto é o reclamante recorrido, agora sem condições detrabalho e com poucas perspectivas laborais.Por sua fragilidade, o ser humano se agiganta, e só ajustiça deverá socorrê-lo, não por isso, mas pelas razões contidas nosdocumentos que acompanham o pedido inicial, a documentaçãoconstante dos autos, e o entendimento da MM. Juíza, em suaprimorosa sentença, quando relata as condições em que o reclamanteexercia seu trabalho, em jornadas comprovadamente extenuantes eestressantes.Evidencia, ainda, que a reclamada, sendo empresa que lidacom trabalhadores em constante situação de risco, deveria adotarmedidas extras de prevenção com jornadas de trabalho mais amenas,compensadoras do estresse das tarefas executadas por seusempregados.Ressalte-se, mais uma vez, que restou evidenciado o nexoentre a doença do reclamante e o trabalho por ele desenvolvido dentroda empresa reclamada. E, em assim sendo, conforme se pode extrairda análise pericial, o assalto sofrido pelos companheiros do autor dalide foi efetivamente o gatilho da gênese da patologia por estedesenvolvida.R. do Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.293– 469, jun. 2012