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Revista do Tribunal Regional do Trabalho - 21ª Região - RN

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material da vida não represente contraditoriamente a destruição dasbalizas éticas e espirituais da humanidade. Esse aproveitamento <strong>do</strong>potencial de afirmação da vocação ontológica humana está bemexpressa na ideia de convivialidade defendida por Leonar<strong>do</strong> Boff(2008, p. 124):53O que se entende por convivialidade? Entende-se acapacidade de fazer conviver as dimensões de produçãoe de cuida<strong>do</strong>, de efetividade e de compaixão; amodelagem cuida<strong>do</strong>sa de tu<strong>do</strong> o que produzimos,usan<strong>do</strong> a criatividade, a liberdade e a fantasia; a aptidãopara manter o equilíbrio multidimensional entre asociedade e a natureza, reforçan<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> de mútuapertença. (...) A convivialidade visa combinar o valortécnico da produção material com o valor ético daprodução social e espiritual. Depois de termos elabora<strong>do</strong>a economia <strong>do</strong>s bens materiais, importa desenvolver,urgentemente, a economia das qualidades humanas. Ogrande capital, infinito e inesgotável, não é porventura oser humano? Os valores humanos da sensibilidade, <strong>do</strong>cuida<strong>do</strong>, da convivialidade e da veneração podem imporlimites à voracidade <strong>do</strong> poder-<strong>do</strong>minação e à produçãoexploração.Em segun<strong>do</strong> lugar, convivialidade seentende como uma derradeira resposta à crise ecológica,produzida pelo processo industrialista <strong>do</strong>s últimosquatro séculos.O agir de uma nova socialidade pode principiar pelaperspectiva holista. O holismo é pensar sem fronteiras, mas semdeixar de perceber as consequências <strong>do</strong> pensar. É um esforço para aconcretização de um diálogo que integre os humanos rumo àcompreensão de que não subsistirá a socialidade humana se nãohouver o cuida<strong>do</strong> com outro e com a diversidade que mantém asustentabilidade da natureza. Longe de fazer a apologia daR. <strong>do</strong> Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.37– 64, jun. 2012

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