Revista do Tribunal Regional do Trabalho - 21Âª RegiÃ£o - RN

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM BASES HOLÍSTICASE ANTROPOLÍTICAS: PARA ALÉM DOSACIDENTES DO TRABALHO E DAS DOENÇASOCUPACIONAIS37Zéu Palmeira Sobrinho 1. A pertinência da educação ambiental em matéria de saúde esegurança do trabalho; 2. Pelo conhecimento rumo a uma práxishumana de primazia da vida; 3. A sociedade dialogal como instânciajulgadora; 4. Propostas para uma nova antropolítica do agir solidário;5. Considerações finais; 6. Referências.No presente artigo se discutirá a formação de umaperspectiva pedagógica que instigue a sociedade a fazer-se educadorae educanda na tarefa de promover a saúde como um bem socialcomplexo.Inicialmente é bom que se frise que não se está aqui adefender que a educação seja o remédio salvacionista diante dosproblemas enfrentados pelos trabalhadores e pela sociedade emmatéria de precarização da saúde e de destruição do meio ambiente.________________ Juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de Natal, professor da UFRN, autor de váriasobras jurídicas e coordenador do GESTO (Grupo de Estudos Seguridade Social eTrabalho), da UFRN.R. do Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.37– 64, jun. 2012
38Sob esse aspecto, vale ressaltar a advertência de Freire (2001), nosentido de que a educação faz muito, mas não faz tudo; éimprescindível, mas não é suficiente se não estiver em articulaçãocom as esferas econômicas e políticas. 1É nesse contexto que se apresenta a reflexão sobre apertinência da educação ambiental, em matéria de saúde e segurançado trabalho, e o compromisso ético de construção de uma consciênciacrítica baseada em três esferas que são o ver, o julgar e o agir. Agravitacionalidade de tais esferas envolve, sob uma perspectivaholística, três atitudes socialmente necessárias: o conhecimento rumoa uma práxis humana de primazia da vida; a emergência de umasociedade dialogal como instância julgadora; e, por fim, a elaboraçãode propostas para uma nova antropolítica do agir solidário.________________1 “Não devemos nem aceitar o todo-poderosismo ingênuo de uma educação que faztudo, nem aceitar a negação da educação como algo que nada faz, mas assumir aeducação nas suas limitações e, portanto, fazer o que é possível, historicamente, serfeito com e através, também, da educação.” (FREIRE, 2001, p. 102). “Quando agente reflete sobre os limites da educação e a possibilidades da educação, é precisoter cuidado para não exagerar na positividade e não exagerar na negatividade, ou emoutras palavras, não exagerar na impossibilidade e não exagerar na possibilidade.Quer dizer, a educação não pode tudo, mas a educação pode alguma coisa e deveriaser pensada com grande seriedade pela sociedade.” (FREIRE, 2001, p. 175).R. do Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.37– 64, jun. 2012
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