Revista do Tribunal Regional do Trabalho - 21ª Região - RN

457Direito do Trabalho, 6ª Ed., páginas nº 928/930, dentre os quaisatitudes relacionadas ao comportamento interpessoal, com ignorando apresença do indivíduo; deixando a vítima isolada, sem serviços aprestar; ainda desacreditado ou desqualificado, perante os colegas,atribuindo-lhes tarefas em exíguo espaço de tempo, com a finalidadede fracasso do empregado; assim como as chamadas “técnicaspunitivas”, que visam colocar a vítima sob pressão, como no caso doexemplo utilizado por Alice Monteiro de Barros, de que um simpleserro cause relatório contra o empregado, com finalidade de prejudicálo.É de se observar a intensidade da violência psicológicae o prolongamento no tempo, na medida em que episódicosesporádicos não caracterizam o assédio moral, mas sim práticasreiteradas. Importante constatar que o dano psíquico, em ocorrendo,agrava o quantum indenizatório, em se caracterizando o assédiomoral, mas não é condição essencial para configuração do ato ilícito,bastando que esteja comprovado nos autos a perseguição aoempregado, com o objetivo de decompor seu estado psicológico,muitas vezes para que venha a pedir demissão.Em análise aos depoimentos testemunhais acimatranscritos verifica-se que a reclamada tem como prática o exercíciode cursos motivacionais, onde busca incutir no empregado técnicas demotivação e vendas, utilizando-se de inúmeros artifícios, a todos osparticipantes dos cursos, nada obstante, como dito alhures extrapolouR. do Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.293– 469, jun. 2012