Revista do Tribunal Regional do Trabalho - 21ª Região - RN

44Assim, se uma empresa não cuida de aparelhar-se para evitar danos ànatureza e à integridade dos seus empregados está, em consequência,fazendo uma poupança com o dinheiro público e com a destruição dasaúde, um bem indisponível do ser humano. É que ao evitar gastospara a preservação da saúde, o patrão transfere os custos dadegradação à sociedade, visto que é esta que – através do Estado –arcará com as consequências danosas da atividade produtiva. Isso quersignificar que o lucro do empresário em tais circunstâncias embuteaquilo que ele desfalca por meio da degradação ambiental, ou seja,contempla os ganhos que terá com os gastos que ele provoca para asociedade. Um bom começo para se combater tal prática é estimularsea tríade formadora da consciência crítica rumo à primazia da vida,isto é, em busca da reelaboração social de um novo conhecer, julgar eagir.2. PELO CONHECIMENTO RUMO A UMA PRÁXISHUMANA DE PRIMAZIA DA VIDAA defesa da saúde como política pública há de ser aprópria defesa da primazia da vida. Do mesmo modo, a educação paraa saúde há que ser a educação transformadora contra a destruição davida. Nenhuma reforma da educação será suficiente para aemancipação humana se não implicar na transformação do modo deprodução da vida e dos bens materiais. A propósito, a mera reforma daR. do Trib. Reg. Trab. 21ª.R., Natal, v. 17, n.1, p.37– 64, jun. 2012