11.07.2015 Views

cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da SaúdeO aumento relativo da atenção programada é fundamental para a melhoria daqualidade do <strong>cuidado</strong> à saúde. Para isso, é preciso conter a oferta excessiva de atençãoà demanda espontânea decorrente de agudizações de condições crônicas. Algunssistemas de atenção à saúde mais maduros estão considerando as agudizações dascondições crônicas como eventos-sentinela que apontam para falhas sistêmicas quedevem ser identificadas e superadas. Por exemplo, a Kaiser Permanente considera,em sua filosofia, que as internações hospitalares não programadas e os atendimentosambulatoriais em unidades de urgência e emergência por condições crônicas sãoum sinal de falha sistêmica, vez que elas constituem um alerta de que as pessoasusuárias não receberam uma boa atenção nos estágios iniciais de sua condição desaúde, principalmente na APS (286, 356) .As concepções de senso comum e o exercício de certa racionalidade de resultadosimediatos levam a que os gestores, os profissionais de saúde e a própria populaçãoreivindiquem e concretizem, de forma reiterada, estratégias de incremento dacapacidade das unidades hospitalares ou ambulatoriais para atenção à demandaespontânea, o que gera formidável ineficiência alocativa e parcos resultados sanitários.As considerações feitas sobre a atenção à demanda espontânea e a atençãoprogramada devem ser refletidas no ambiente do SUS.O SUS é um sistema de atenção à saúde fragmentado e excessivamente voltadopara o atendimento às condições e aos eventos agudos, o que desequilibra a relaçãoentre a atenção à demanda espontânea e a atenção programada, em favor daqueleprimeiro tipo de atendimento à saúde. Isso é reforçado por uma visão política de resultadosde curto prazo e por uma cultura geral de valorização dos equipamentos deatenção às urgências e às emergências que são de alta visibilidade e que aparentamresolver, rapidamente, os problemas de saúde da população, predominantementeconstituídos por condições crônicas.É certo que, nas redes de atenção às urgências e emergências, em circunstânciasbem definidas, há espaço para a implantação das UPAs. O programa nacional deincentivo às UPAs, estabelecido pelo Ministério da Saúde (840) , foi recebido, por políticos,como a possibilidade de superação da gestão tradicional da saúde, por meiode uma ousadia gerencial que permitiria reduzir as filas de espera e como uma daspoucas soluções viáveis propostas pela saúde pública brasileira contemporânea (841) .Esse discurso político é excessivamente otimista porque não há evidências de que osUPASs possam diminuir as filas, nem, muito menos, de que possam melhorar significativamentea situação das condições crônicas de saúde. Além disso, como já seadvertiu, ainda que sejam necessárias UPASs, elas não contribuirão para a melhoriada atenção à saúde no SUS se não estiverem integradas em RASs e se, paralelamente,304

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!