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cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

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Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúdepessoa se queixa de que o especialista parecia não saber por que ela estava ali comele; o especialista não resolve o problema para o qual o generalista encaminhou; oespecialista se apossa definitivamente da pessoa na atenção especializada; o especialistarepete exames que já haviam sido feitos na ESF; uma mesma pessoa adscritaa uma equipe da ESF é encaminhada, por uma central de regulação, a diferentesespecialistas de uma mesma especialidade, em tempos diferentes, com o critériode onde tem vaga; o especialista recebe pessoas que não deveriam ser referidas aele; o especialista se queixa de que o médico de família encaminha errado porquetem poucos conhecimentos; as relações entre os generalistas e os especialistas sãoimpessoais e de desconfiança mútua; a consulta com especialista demora muitotempo para ser realizada, sendo uma fonte de insatisfação da população; as pessoasse sentem abandonadas quando chegam à unidade de AAE por falta de apoio natransição; e a atenção especializada é concentrada no médico, sem participaçãoprotagônica de outros profissionais de uma equipe multiprofissional. Tudo isso,contribui para que haja pouca agregação de valor para as pessoas que necessitamde <strong>cuidado</strong>s especializados ambulatoriais, mesmo quando os recebem.Essas situações têm várias causas, com o pano de fundo na fragmentação do sistemade atenção à saúde: a ESF não está estruturada para dar conta da coordenaçãoda relação com a AAE; os generalistas e os especialistas atuam em silos que não secomunicam; a ESF não regula a AAE, o que é feito por centrais de regulação absolutamenteimpessoais e burocráticas; não há, em geral, diretrizes clínicas baseadasem evidências que definam as situações em que as pessoas devem ser encaminhadasaos especialistas; não há, em geral, diretrizes clínicas baseadas em evidências queorientem as intervenções dos especialistas; não há estratificação de riscos na ESF quepermita os encaminhamentos de pessoas que efetivamente se beneficiam da AAE,segundo as evidências produzidas pelo MPR; as centrais de regulação trabalhamcom as agendas livres, o que faz com que uma mesma pessoa possa ser referida, emtempos diferentes, a diversos especialistas de uma mesma especialidade, para ummesmo problema; as relações entre os médicos de família e os especialistas são impessoaisnão permitindo o trabalho clínico conjunto; a AAE é fortemente concentradana consulta médica; em geral, não há um sistema de referência e contrarreferênciaestruturado com base em prontuários clínicos eletrônicos; não há apoio efetivo daspessoas nos momentos da transição; e não há uma vinculação entre os médicos defamília e os especialistas, o que significa a inexistência da territorialização da AAE.A relação entre a ESF e a AAE tem dois elementos centrais. Um, o fluxo daspessoas entre a ESF e a AAE, outro, o apoio nos pontos de transição. É preciso terclaro que os momentos de transição geram muita insegurança para as pessoas e sãoáreas críticas para a segurança da atenção à saúde. As transições ocorrem quando asinformações ou as responsabilidades sobre as pessoas usuárias são transferidas entre346

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