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cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

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O CUIDADO DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEcom sintomas e enfermidades vagos ou com serviços preventivos ou auto<strong>cuidado</strong>, oque significa, por outro lado, perda de qualidade da atenção à saúde. Embora especialistasusualmente apresentem melhor adesão a diretrizes clínicas voltadas para aatenção a doenças específicas, os desfechos gerais da atenção (especialmente, masnão exclusivamente, desfechos relatados por pessoas usuárias) não são melhores e,frequentemente, são piores, que quando o <strong>cuidado</strong> é provido por médicos generalistas.Estudos que comprovam a superioridade do <strong>cuidado</strong> oferecido por especialistasestão mais propensos a serem metodologicamente frágeis, particularmente emrelação a falhas de ajuste para o mix de casos (934) .Não obstante as diferenças que existem entre médicos generalistas e especialistas,há que se reconhecer que é falso o dilema colocado sobre esses profissionais.Um bom sistema de saúde há, sempre, de operar com o trabalho conjunto dessesmédicos. O que pode ser considerado são aspectos ligados à dimensão qualitativae quantitativa dessas relações que devem ser equilibradas.Do ponto de vista qualitativo impõem-se relações de trabalho compartilhadoentre a ESF e a AAE.Do ponto de vista quantitativo deve ser buscada uma relação ótima entre médicosde família e comunidade e especialistas, o que não ocorre no SUS, por falta de ofertade médicos com formação em saúde da família e comunidade. Esse equilíbrio exigiráo incremento forte da oferta desses últimos para atuarem na ESF.A utilização excessiva dos médicos especialistas é responsável pela descoordenaçãoda atenção à saúde. Por exemplo, nos Estados Unidos, 25% dos beneficiários dosistema Medicare, um programa público de atenção às pessoas idosas, que apresentamcinco ou mais condições crônicas, fazem, em média, por ano, treze consultasmédicas a diferentes médicos que geram 50 prescrições diferentes e, isso ocorre, emfunção da falta de coordenação da atenção à saúde por médicos generalistas (27) . Alémdisso, como mostrou uma clássica pesquisa sobre variações regionais da atenção àsaúde nos Estados Unidos, feita com beneficiários do programa Medicare, a presençaexcessiva de especialistas leva a resultados sanitários e econômicos inferiores (164) . Acomparação entre regiões de maiores e menores gastos em saúde, mostrou que asde maiores gastos, apesar de ofertarem mais serviços (aproximadamente 60% a maisque as de menores gastos), apresentavam menor satisfação das pessoas usuáriasem relação a serviços preventivos e o mesmo nível de acesso. O estudo reitera o quese sabe: há associação entre mais dinheiro e mais serviços, mas não há associaçãoentre mais serviços e mais saúde. Uma das explicações para esses resultados foi aforte orientação para especialistas que caracterizavam as regiões de altos gastos.337

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