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cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

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O CUIDADO DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEincidência significativamente menor de cesarianas, de uso de fórceps, de diagnósticosde desproporção céfalo-pélvica e de nascimentos prematuros (956) . Outro estudoobservou que as mulheres atendidas por médicos de família, em relação àquelasatendidas por obstetras, apresentaram menor probabilidade de receber anestesiaperidural durante o trabalho de parto ou uma episiotomia e apresentaram taxasmenores de cesarianas (957) .As proporções entre médicos generalistas e especialistas variam fortemente,mesmo em países que adotaram os generalistas na APS: no Reino Unido: 60% degeneralistas e 40% de especialistas; em Portugal: 30% de generalistas e 70% deespecialistas; na Espanha, 37% de generalistas e 63% de especialistas; e nos EstadosUnidos, 1/3 de generalistas e 2/3 de especialistas (933, 955) . Com relação ao percentualde pessoas atendidas por especialistas há uma variação por países: 60% a 80% dapopulação nos Estados Unidos, 31% da população em Ontário, Canadá; 30% dapopulação na Espanha e 15% das pessoas abaixo de 65 anos no Reino Unido (933) .A análise de todas essas evidências permitem supor que um bom sistema deatenção à saúde, estruturado na perspectiva das RASs, deve buscar uma otimizaçãodas relações entre os médicos especialistas e os médicos generalistas, tanto do pontode vista quantitativo quanto qualitativo.É oportuno que as evidências sobre médicos generalistas e especialistas sejamrefletidas na realidade do SUS. Algumas críticas realizadas de forma desinformada esem base em evidências, tentam impingir à ESF a pecha de uma solução simplista eobsoleta, sacralizada ideológica e corporativamente, e que se expande politicamente,sem ter a sua estratégia radicalmente reformulada. E a reformulação radical propostaconsiste em substituir o médico de família e comunidade pela presença permanente,nas unidades de APS, de pediatras, clínicos gerais e obstetras (958) .Como se viu anteriormente, não existem evidências de que o uso desses especialistasna APS produza melhores resultados sanitários que a utilização dos médicosde família e comunidade. Além disso, essa alternativa seria inviável em função darestrição da oferta desses especialistas e pelo alto custo que essa proposta importaria.Portanto, a solução médica para o SUS está em radicalizar a introdução dosmédicos de família e comunidade na ESF, formando-os melhor, focando a graduaçãona APS, expandindo as residências em medicina de família e comunidade egarantindo programas de educação permanente efetivos. Além de oferecer saláriosdignos e relações de trabalho decentes que garantam um mínimo de segurança aosmédicos que optam por dedicar-se a um novo modo de fazer medicina que lhesexige dedicação integral.341

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