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cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude

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O CUIDADO DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEO caso de Minas Gerais é bem expressivo da desorganização do sistema depatologia clínica no SUS. Em 2005, foram realizados 31 milhões de exames de patologiaclínica que custaram 125 milhões de reais, sem computar os gastos diretosdos municípios e consórcios intermunicipais que são muito significativos. Esse custoanual subiu para 205 milhões em 2010. Havia 1.600 laboratórios credenciados e,consequentemente, a população média coberta para cada laboratório era inferiora 10 mil pessoas e o número médio de exames produzidos foi de 19.459 por laboratório,uma escala baixa para a operação de serviços eficientes e de qualidade.Metade dos exames eram glicemia, hemograma e rotina de urina, o que refletesérios problemas na etapa de indicação e solicitação de exames. Menos de 1% doslaboratórios credenciados trabalhavam com os padrões de qualidade da SociedadeBrasileira de Patologia Clínica e, portanto,dentre outras desconformidades, nãoapresentavam controle interno e externo de qualidade (227) . Um estudo anterior,realizado no sistema de patologia clínica da microrregião do Alto Rio Grande, comfoco na APS, mostrou que 85% dos exames realizados eram normais ou negativos,que os resultados demoravam mais de 20 dias para chegarem às unidadessolicitantes e que mais de 50% não chegavam aos médicos que os solicitaram (228) .Na mesma microrregião, e também com foco no sistema de patologia clínica nasunidades de APS, um diagnóstico elaborado pelo Departamento de PropedêuticaComplementar da Faculdade de Medicina da UFMG, revelou a seguinte situação:atuação meramente assistencial dos laboratórios; utilização de processos manuaisno processamento dos exames; baixíssima produtividade; tempo de espera dosresultados muito longo; deficiente qualificação dos profissionais; laboratórios nãocertificados; precário controle de qualidade; ausência de indicadores de desempenhodos serviços; terceirização e quarteirização de serviços a laboratórios de maior porte;transformação de laboratórios em postos de coletas; baixa quantidade de coletanas unidades de APS; baixa qualidade da coleta; e logística precária das amostrascoletadas (229) . É preciso ter claro que mais de 60% dos problemas nos exames depatologia clínica apresentam-se na fase pré-analítica.Um estudo com dados de 2010 mostrou que essa situação pouco mudou, o quelevou à proposição de uma Política Estadual de Apoio Diagnóstico para superá-la (230) .A carência de equipes multiprofissionaisOs sistemas de atenção à saúde que estruturaram a APS com base na consultamédica de curta duração fracassaram nas respostas às condições crônicas.A solução de senso comum, inclusive a proposta dos brasileiros na pesquisa doIPEA (179) , está em aumentar o número de médicos na APS. Isso pode ser necessárioem lugares em que há uma forte restrição de oferta de médicos. Mas, em geral, a93

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