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CAPíTULO 12 • Teoria Estruturalista da Administração. 3

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]

cia obtida na decisão contribuirá para a busca de soluções

de novos problemas, tornando o desenvolvimento

organizacional um processo essencialmente

contínuo e dialético.

3. Conflitos entre linha e assessoria ("staff")

A estrutura linha-staff é caracterizada por confrontos

entre o pessoal de linha que detém autoridade linear

e o pessoal de assessoria qu'e possui autoridade

de "stafr. Como precisam conviver entre si, em

uma dependência mútua, surgem conflitos entre linha

e assessoria,60 em função de três aspectos: 61

a. Ambição e comportamento individualista dos

altos funcionários de linha.

b. Oferta de serviços do staff para poder justificar

a sua existência.

c. Quando a promoção para posições mais altas

da assessoria depende da aprovação de funcionários

de linha ou vice-versa.

Os conflitos envolvem aspectos positivos e negativos,

embora as possibilidades negativas e destrutivas

do conflito - tanto interno como externo - sejam

m\lis visíveis. Não há melhor maneira de comprometer

a saúde de uma organização do que promover

um conflito interno. Também o conflito externo,

provocado por forças que vêm de fora da organização

pode exercer pressão fortemente desintegradora.

Todavia, o conflito pode apresentar potencialidades

positivas, permitindo o fortalecimento

da coesão grupal e da organização informal, bem

como o sentimento de pertencer à organização.

EXER.CíCIO

o conflito de gerações

Durante décadas a fio, Ivan Meneses dirigiu a sua em·

presa com mãos de ferro. Agora, já idoso e com problemas

de saúde, pretende preparar seus dois filhos

como futuros sucessores na direção do negócio. Sabe

que terá problemas pela frente. Seus filhos têm outrá

mentalidade sobre como tocar a empresa em sua ma·

neira liberal de pensar e agir. Enquanto Ivan é autocrático

e impositivo, os seus filhos são extremamente democráticos

e liberais. Se você fosse o consultor da

empresa o que faria nessa situação?

I

Sátiras à Organização

Os estruturalistas abordam a organização sob um

ponto de vista eminentemente crítico. Contudo,

surgiram livros de cunho humorístico, pitoresco e

irreverente que expõem à sátira o paradoxo e o aparente

absurdo de alguns aspectos tradicionalmente

aceitos dentro das organizações. Demonstram o ridículo

de certos princípios dogmáticos, utilizam

afirmações jocosas e absolutas, exemplos perfuntórios

e, sobretudo, demonstram uma visão apocalíptica

da irreparável entropia das organizações. 62 Apesar

de não proporem qualquer tipo de solução, esses

autores satíricos - da abordagem do nonsense ­

apontam falhas e incongruências no processo aparentemente

racional da organização. Seu sucesso literário

tende a popularizar uma visão crítica, ácida

e negativa do funcionamento das organizações. Obviamente,

pecam pelo exagero. Incluímos tais autores

na abordagem estruturalista devido à dificuldade de

enquadrá-los adequadamente na teoria administrativa.

Na realidade, tais autores somente têm em comum

a crítica acerba e contundente à organização,

aspecto que notamos em quase todos os autores es-

. truturalistas. Foi apenas esse traço comum que nos

levou a colocá-los neste capítulo, como a menos

pior das colocações.

1. Lei de Parkinson

Northcote Parkinson publicou um livro no qual faz

uma análise irreverente e implacável da administração

burocrática. 63 Sua tese fundamental é a lei do

trabalho, também conhecida como "lei de Parkinson":64

o trabalho aumenta a fim de preencher o

tempo disponível para sua execução. Essa lei procura

demonstrar que "um trabalho sempre se prolonga

de maneira a tomar todo o tempo que para ele se

tem disponível". Em outros termos, "quanto mais

tempo se tem para fazer uma coisa, tanto mais tempo

se leva para fazê-la". Se o trabalho é elástico em

relação à necessidade de tempo para a sua execução,

e se pouca relação existe entre o trabalho a ser

executado e a quantidade de pessoas necessárias

para sua execução, então a falta de uma tarefa real

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