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564 Introdução à Teoria Geral da Administração· IDAlBERTO CHIAVENATO

os átomos e as moléculas que, subseqüentemente,

criam o mundo material. É assombroso que todas as

coisas estáveis e estacionárias que observamos no

mundo material sejam compostas exclusivamente

de ondas de energia em movimento incessante.

Enquanto os físicos clássicos estudam objetos

materiais no mundo tridimensional, os físicos quânticos

estudam o comportamento dos elétrons, dos

prótons, dos nêutrons e de centenas de partículas

ainda menores denominadas quarks. As leis que regem

o domínio clássico estão em oposição direta

com a maneira como as coisas funcionam no nível

subatômico do universo. A lei do movimento contínuo

de Newton (todo universo é constante, exato e

previsível) é questionada: no nível subatômico, as

partículas não se movem de maneira contínua, mas

em inesperados e inexplicáveis saltos quânticos.

Além disso, no nível subatômico, as partes não determinam

o comportamento do todo, mas é o todo

que determina o comportamento das partes. Devido

à causação não-local, as partículas subatômicas

são capazes de interagir ao longo de grandes distâncias

no espaço-tempo e jamais podem ser conhecidas

com precisão. Assim, os processos reducionistas

não podem explicar o comportamento das partículas

subatômicas. Também a previsibilidade da segunda

lei de Newton, segundo a qual toda ação é

acompanhada por uma reação igual e oposta, está

sendo substituída pela concepção mais indeterminada

de probabilidade estatística. Além disso, a objetividade

newtoniana é substituída pela subjetividade

quântica. A velha visão mecanicista, determinista

e reducionista do mundo cai por terra. Assim,

a substância fundamental do universo é a energia e

não a matéria.

5. Teoria do caos

Na década de 1960, Edward Lorenz do Instituto de

Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu

um modelo que simulava no computador a evolução

das condições climáticas. Dados os valores iniciais

de ventos e temperaturas, o computador fazia

uma simulação da previsão do tempo. Lorenz imaginava

que pequenas modificações nas condições

iniciais provocariam alterações igualmente peque-

~ DICAS

Avisão do mundo

o prihcípi.o dá Í)"lcerteza signifícaquearealidade

depende daquilo que escolhemos para medi-Ia.

Mais especificamente, depende do conjunto de lentes

que escolhemos para olhar através delas. Se o

mundo externo é visualizado através de uma lente

cultural de paradigmas aprendidos, poderá apresentar

uma realidade tridimensional concreta: um

mundo de partículas que é composto de objetos

naturais. Se o mundo externo é visualizado sem as

distorções de nossa lente cultural, ele apresentará

apenas ondas de possibilidades energéticas. Vivemos

em um universo subjetivo, isto é, em um universo

de que somos co-autores por meio de nossas

escolhas perceptivas. Fomos condicionados pela

visão newtoniana do mundo a acreditar em uma realidade

exterior objetiva. Essa crença tinha vantagens,

como a abdicação da responsabilidade: vivemos

em um mundo fixado, objetivo e somos vítimas

de circunstâncias externas que estão além de nosso

controle. Se o mundo tridimensional é subjetivo,

então desempenhamos como seres perceptivos

um importante papel como criadores de tudo isso

que vemos e que vivenciamos. 5 Como dizia Prigogine,

"o que quer que chamemos de realidade, el~

só nos é revelada por intermédio de uma constr\J~

ção ativa na qual participamos".6

nas na evolução do quadro como um todo. A surpresa:

mudanças infinitesimais nas entradas podem

ocasionar alterações drásticas nas condições futuras

do tempo. Como dizia Lorenz: uma leve brisa em

Nevada, a queda de 1 grau em Massachusetts, o bater

de asas de uma borboleta na Califórnia podem

causar um furacão na Flórida um mês depois. 7 Uma

estrambólica variação em cadeia do chamado efeito

dominó. Da previsão do tempo ao mercado de

ações, das colônias de cupins à Internet, a constatação

de que mudanças diminutas podem acarretar

desvios radicais no comportamento de um sistema

veio reforçar a nova visão probabilística da física. O

comportamento dos sistemas físicos, mesmo os relativamente

simples, é imprevisível. 8 O estado final

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