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CAPíTULO 18 • Teoria da Contingência 505

1. Pesquisa de Chandler

sobre estratégia e estrutura

Chandler 4 realizou uma investigação histórica sobre

as mudanças estruturais de quatro grandes empresas

americanas - a DuPont, a General Motors, a

Standard Oil Co. de New Jersey e a Sears Roebuck

& Co. - relacionando-as com a estratégia de negócios

para demonstrar como a estrutura dessas empresas

foi sendo continuamente adaptada e ajustada

à sua estratégia. A estrutura organizacional corresponde

ao desenho da organização, isto é, à forma

organizacional que ela assumiu para integrar seus

recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano

global de alocação de recursos para atender às

demandas do ambiente. Para Chandler, as grandes

organizações passaram por um processo histórico

que envolveu quatro fases distintas: 5

1. Acumulação de recursos. Iniciada após a Guerra

da Secessão americana (1865), com a expansão

da rede ferroviária que provocou o fortalecimento

do mercado de ferro e aço e o moderno

mercado de capitais. A migração rural e

o início da imigração européia delineiam a característica

principal do período que é o rápido

crescimento urbano facilitado pela estrada

de ferro. Nessa fase, as empresas preferiam

ampliar suas instalações de produção a organizar

uma rede de distribuição. A preocupação

com as matérias-primas favoreceu o crescimento

dos órgãos de compra e a aquisição

de empresas fornecedoras que detinham o

mercado de matérias-primas. Daí o controle

por integração vertical que permitiu a economia

em escala.

2. Racionalização do uso dos recursos. Foi iniciada

em pleno período da integração vertical.

As empresas verticalmente integradas

tornaram-se grandes e precisavam ser organizadas,

pois acumularam mais recursos

(instalações e pessoal) do que necessário. Os

custos precisavam ser contidos por meio de

uma estrutura funcional com clara definição

de linhas de autoridade e comunicação. Os

lucros dependiam da racionalização da em-

presa e sua estrutura deveria ser adequada às

oscilações do mercado. Para reduzir riscos

de flutuações do mercado, as empresas passaram

a focar o planejamento (planejamento

e controle da produção, determinação de prazos

de entrega), organização (criação de departamentos

funcionais) e coordenação

(relacionamento entre fabricação e engenharia,

desenho de produto e comercialização,

compras e fabricação).

3. Continuação do crescimento. A reorganização

geral das empresas na segunda fase permitiu o

aumento de eficiência nas vendas, compras,

produção e distribuição, reduzindo as diferenças

de custo entre as várias empresas. Com

isso, os lucros baixaram, o mercado foi se tornando

saturado e diminuindo as oportunidades

de reduzir ainda mais os custos. Daí, a decisão

para diversificação e busca de novos

produtos e novos mercados. Como a velha estrutura

funcional criada na fase anterior não

estava ajustada para essa diversificação, a nova

estratégia de diversificar provocou o surgimento

de departamentos de pesquisa e desenvolvimento

(P&D), engenharia de produto e

desenho industrial.

4. Racionalização do uso de recursos em expansão.

A ênfase se concentra na estratégia mercadológica

para abranger novas linhas de

produtos e novos mercados. Os canais de autoridade

e comunicação da estrutura funcional-

inadequados para resRonder à crescente

complexidade de produtos e operações - levaram

à estrutura divisional departamentalizada.

A General Motors e a DuPont foram

pioneiras na estrutura multidepartamentalizada:

cada linha de produtos é administrada

por uma divisão autônoma e integrada que

envolve todas as funções de staffnecessárias.

Surge a necessidade de racionalizar a aplicação

dos recursos em expansão, planejamento

no longo prazo, administração voltada para

objetivos e avaliação do desempenho de cada

divisão. De um lado, descentralização das

operações e, de outro, centralização de controles

administrativos.

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