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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Chippari . Samelo . Capelari<br />

126<br />

Em função disso, os analistas do comportamento deverão extinguir tal visão e necessariamente<br />

instalar um novo olhar <strong>em</strong> relação ao verdadeiro behaviorismo (Chippari, Rubio, Samelo, Guedes,<br />

2007). A fundamentação desse novo olhar compreende o método científico que apresenta <strong>em</strong> seu<br />

bojo, entre outras características, o rigor científico, sist<strong>em</strong>atização e a busca de evidências <strong>em</strong>píricas.<br />

Talvez estas variáveis acima citadas dificult<strong>em</strong> a aprendizag<strong>em</strong> do aluno <strong>em</strong> relação à Análise do<br />

Comportamento e o olhar de outras abordagens da Psicologia.<br />

Importância da relação professor-aluno no processo de<br />

ensino e aprendizag<strong>em</strong><br />

A relação professor-aluno é um dos aspectos fundamentais no contexto educacional. E não poderia<br />

ser diferente, no que se refere ao ensino da Análise do Comportamento.<br />

Alunos e professores do ensino superior já possu<strong>em</strong> uma longa história acadêmica de relação<br />

com diferentes professores e alunos. Nesta história, comportamentos nestes papéis foram sendo<br />

selecionados pelas consequências, fortalecendo o repertório comportamental que estes indivíduos<br />

apresentam nas contingências atuais. O comportamento atual pode estar sob controle de estímulos<br />

específicos que estiveram presentes neste histórico de relações. Para um aluno, variáveis como a<br />

idade do professor, o comportamento verbal, a clareza, a didática, o autoritarismo ou a flexibilidade,<br />

e se ele é “fonte” de estímulos com função reforçadora positiva ou punitiva pod<strong>em</strong> ser generalizados<br />

para a figura do professor presente.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po, o professor passa pelo mesmo processo. Variáveis como sexo do aluno, o<br />

des<strong>em</strong>penho acadêmico, características da escrita e até o local onde o aluno senta na classe pod<strong>em</strong><br />

ser estímulos que se generalizam para uma resposta anteriormente reforçada. Além de aspectos<br />

relacionados aos alunos, o professor ainda poderá sofrer Influências das práticas pedagógicas de seus<br />

professores. O modo como ministrará suas aulas poderá receber aprendizagens provenientes de seus<br />

modelos de professores (Brophy & Good, 1974).<br />

Observando como um histórico de fracasso escolar pode controlar o comportamento dos alunos<br />

e professores na relação atual, Viecili e Medeiros (2002) categorizaram comportamentos <strong>em</strong>itidos<br />

<strong>em</strong> sala de aula provenientes de alunos com e s<strong>em</strong> história de fracasso escolar, e os comportamentos<br />

de coerção e estimulação positiva dos professores <strong>em</strong> relação a cada grupo de alunos. Os resultados<br />

indicaram que crianças com histórico de fracasso escolar comportavam-se mais de maneira<br />

inadequada e consequent<strong>em</strong>ente recebiam mais punições, além de ter<strong>em</strong> seus comportamentos<br />

adequados às aulas pouco reforçados. Já as crianças, s<strong>em</strong> este histórico, participavam mais das<br />

atividades acadêmicas e seus comportamentos eram frequent<strong>em</strong>ente seguidos de estimulação<br />

positiva por parte dos professores. Tal viés pode ter efeitos nos comportamentos acadêmicos e nãoacadêmicos<br />

de ambos os grupos de alunos. Neste caso, cabe ao professor identificar e lidar com seus<br />

próprios preconceitos.<br />

Todas estas variáveis apontadas certamente irão alterar a probabilidade de discriminações e<br />

generalizações acerca da relação atual. Relação esta que, possivelmente, será influenciada também<br />

pelas práticas culturais existentes tanto nos grupos específicos de alunos e professores como, de<br />

forma mais ampla, <strong>em</strong> todo contexto didático, técnico, pedagógico e institucional. Roncaglio (2004)<br />

aponta:<br />

A relação professor-aluno, na educação superior, está sujeita a normas, escolhas<br />

pedagógicas, objetivos dos alunos, dos professores e do curso, critérios de avaliação,<br />

que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre são estabelecidas só pelos professores e alunos, mas também pela<br />

gestão do curso, e, algumas delas, pela legislação vigente no país (p. 101).

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