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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Santini . Williams<br />

608<br />

punida e não <strong>em</strong> busca das conseqüências positivas de tal comportamento, e a criança aprende que o<br />

modelo agressivo é aceitável para resolver os probl<strong>em</strong>as (Skinner, 1953/2003).<br />

Além disso, criança agredida pode desenvolver mecanismos de defesa que t<strong>em</strong> como objetivo<br />

desestabilizar os adultos, comportamento geralmente explicado como mau gênio, t<strong>em</strong>peramento<br />

difícil ou distúrbio mental, assim como as respostas <strong>em</strong>ocionais (choro, medo, ansiedade, raiva),<br />

pod<strong>em</strong> ser condicionadas e generalizadas para outras ocasiões não punitivas (Gershoff, 2008).<br />

O estudo de Felitti et al. (1998) é o mais amplo encontrado na literatura sobre o t<strong>em</strong>a da vitimização<br />

por violência na infância e os efeitos na saúde, conhecido como ACE Study (Adverse Childhood<br />

Experiences Study) 7 . A pesquisa buscou analisar a relação entre múltiplas categorias de traumas<br />

infantis e suas conseqüências para a saúde e comportamento na vida adulta. Os dados foram coletados<br />

com mais de 17.000 participantes, por meio de um questionário enviado por correspondência. Sete<br />

categorias de experiências adversas na infância foram estudadas: abuso psicológico, físico ou sexual;<br />

violência contra a mãe pelo parceiro; viver com pessoas que faziam uso abusivo de substâncias,<br />

com doentes mentais, suicidas ou encarcerados. Essas categorias eram, depois, comparadas ao<br />

comportamento de risco na idade adulta, condições de saúde e doenças.<br />

Os resultados apontaram que as pessoas que relataram ter experienciado quatro ou mais categorias<br />

de exposição à violência na infância, <strong>em</strong> comparação às que não tiveram qualquer tipo de adversidade,<br />

apresentaram de 4 a 12 vezes maiores riscos de saúde relacionados ao abuso de álcool e/ou drogas,<br />

depressão e tentativas de suicídio; de 2 a 4 vezes maiores riscos relacionados ao ato de fumar e<br />

autoavaliação pobre de saúde, múltiplos parceiros sexuais e doenças sexualmente transmissíveis; 1.4<br />

a 1.6 vezes maiores riscos a inatividade física e obesidade mórbida. Foi, também, observada uma<br />

relação entre experiências adversas na infância e doenças do coração, câncer, doença pulmonar<br />

crônica, fraturas e doenças do fígado. As categorias apresentaram alta correlação e as pessoas que<br />

relataram múltiplas categorias eram propensas a ter múltiplos fatores de risco para a saúde na vida<br />

adulta (Felitti et al., 1998).<br />

Sendo assim, a violência é um método que não ensina o adequado, só produz prejuízos para o<br />

desenvolvimento da criança e pode causar sérios probl<strong>em</strong>as na vida adulta, podendo ser transmitidos<br />

de geração <strong>em</strong> geração.<br />

Alternativas adequadas para disciplinar as crianças<br />

Segundo o pesquisador Alan Kazdin8 , b<strong>em</strong> como as orientações compiladas na Cartilha do Projeto<br />

Parceria “Educação Positiva dos seus filhos” 9 , os princípios considerados como adequados para se<br />

educar as crianças são:<br />

• Disciplina consistente – aquela que não é baseada no humor do responsável, mas nas regras<br />

combinadas previamente com as crianças.<br />

• Limites – não basta dizer o que pode e o que não pode, é importante explicar as razões das regras<br />

estabelecidas.<br />

• Regras firmes, mas flexíveis - por ex<strong>em</strong>plo, o combinado era ficar estudando <strong>em</strong> casa, mas se<br />

chove há uma s<strong>em</strong>ana e naquele dia fez sol, a criança necessita passar algum t<strong>em</strong>po ao ar livre<br />

depois de vários dias <strong>em</strong> casa. Nesse caso, é importante explicar para a criança por que está<br />

sendo feita a exceção.<br />

• Supervisão adequada - que é o contrário de excesso de supervisão e controle.<br />

• Disciplina não coercitiva – s<strong>em</strong> violência.<br />

7 Estudo sobre Experiências Adversas na Infância.<br />

8 Tais informações foram extraídas de entrevistas do pesquisador Alan Kazdin para a Associação Americana de Psicologia<br />

(American Psychological Association - APA), disponíveis no site: www.alankazdin.com.<br />

9 Disponível para download <strong>em</strong>: http://www.laprev.ufscar.br/page.php?name=apostilas.

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