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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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No THS são utilizadas técnicas de diversos modelos conceituais, sobretudo da Terapia<br />

Comportamental, como ensaio comportamental, reforçamento, modelag<strong>em</strong>, modelação, feedback,<br />

relaxamento, tarefas de casa, dessensibilização sist<strong>em</strong>ática, b<strong>em</strong> como de abordagens cognitivas,<br />

como resolução de probl<strong>em</strong>as, parada de pensamento, modelação encoberta e instruções (Del Prette<br />

& Del Prette, 1999; Caballo, 2002/1996).<br />

Del Prette e Del Prette (1999) destacam que o THS pode ser utilizado <strong>em</strong> atendimento clínico<br />

(transtornos de ansiedade; transtornos afetivos; timidez e isolamento social; probl<strong>em</strong>as conjugais<br />

e familiares; transtornos de personalidade antissocial) e na educação (ensino especial e regular).<br />

Portanto, independent<strong>em</strong>ente da d<strong>em</strong>anda, os indivíduos com déficits de relacionamento interpessoal<br />

pod<strong>em</strong> ser beneficiados com treinamento <strong>em</strong> habilidades sociais.<br />

Habilidades Sociais de Universitários e a Universidade<br />

A competência social é uma habilidade que v<strong>em</strong> sendo cada vez mais requisitada tanto na vida<br />

acadêmica quanto nas interações profissionais (Del Prette & Del Prette, 1983). Pessoas socialmente<br />

hábeis apresentam relações tanto profissionais quanto pessoais mais produtivas, além de melhor<br />

saúde física e psicológica, o que lhes garante um processo de socialização saudável e satisfatório.<br />

Apesar de haver essa exigência por parte do mercado de trabalho e das relações estabelecidas na<br />

universidade, os cursos de graduação não se ocupam diretamente desta d<strong>em</strong>anda. Nas diretrizes<br />

curriculares nacionais dos cursos de graduação propostas pelo MEC <strong>em</strong> 2001, foi incluída a<br />

importância de ser<strong>em</strong> trabalhadas as competências interpessoais juntamente com as competências<br />

técnicas. Isto já é um avanço, mas não é a realidade observada, sendo que a transição do ambiente<br />

universitário para o de trabalho é algo bastante difícil para os universitários (Del Prette & Del Prette,<br />

2003).<br />

Ao ingressar<strong>em</strong> na universidade novas habilidades sociais são requeridas dos estudantes. As<br />

exigências sociais aumentam e as habilidades que o indivíduo precisa apresentar para cursar e<br />

concluir esta etapa com sucesso são diversas e dev<strong>em</strong> ser adquiridas e treinadas no dia a dia.<br />

Os estudantes enfrentam muitas dificuldades ao longo do curso: medo de falar <strong>em</strong> público, de<br />

expor opiniões, dificuldade de se relacionar com os pares, medo da não aprovação por parte dos<br />

colegas, entre outras. Frente a tais exigências e dificuldades, a aquisição das habilidades sociais<br />

pode ocorrer de forma “oculta”, conforme as d<strong>em</strong>andas vão surgindo, os indivíduos vão tentando se<br />

adaptar sozinhos, e conforme obtêm sucesso o repertório de habilidades sociais vai sendo ampliado.<br />

Entretanto, algumas pessoas não consegu<strong>em</strong> ampliar seus repertórios sociais por si mesmas e<br />

apresentam dificuldades de adaptação acadêmica e social, pois deixam de obter reforçadores no<br />

ambiente e a probabilidade de ocorrências futuras de comportamentos socialmente habilidosos<br />

tende a decair (Pacheco & Rangè, 2006).<br />

Os resultados de McGaha e Fitzpatrick (2005) mostraram que metade dos alunos que ingressam<br />

no ensino superior t<strong>em</strong> dificuldades para se adaptar<strong>em</strong> ao ambiente e a desistência, <strong>em</strong> determinados<br />

períodos dos cursos, v<strong>em</strong> se mostrando um fator cada vez mais preocupante, o que ressalta a<br />

importância do desenvolvimento de habilidades sociais nessa fase.<br />

Ainda que o estudo das HS seja de extr<strong>em</strong>a relevância, existe uma lacuna de informações nessa<br />

área, <strong>em</strong> que as HS deixam de ser avaliadas amplamente, para além da comunicação, e os resultados<br />

sobre suas relações com saúde mental parec<strong>em</strong> discordantes.<br />

Ao se analisar a literatura (Boas et al., 2005, Del Prette e Del Prette, 2003; Del Prette et al., 2004;<br />

Del Prette et al., 2006; Pacheco e Rangé, 2006) pode-se perceber um déficit com respeito aos estudos<br />

que focalizam sobre dificuldades interpessoais <strong>em</strong> estudantes universitários, no que diz respeito à<br />

identificação de cursos e períodos (início, meio e término) <strong>em</strong> que se encontra mais dificuldade<br />

interpessoal, favorecendo a proposição de intervenções mais efetivas conforme o momento do curso<br />

e o gênero do universitário.<br />

Bolsoni-Silva . Rocha . Cassetari . Daroz . Loureiro<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

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