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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Sampaio . Bueno<br />

586<br />

comportamentos-probl<strong>em</strong>a ocorriam, (c) com que frequência eram evocados, (d) as consequências<br />

deles, e (e) as expectativas da participante quanto ao tratamento. Após levantados esses dados, a<br />

participante foi instruída sobre a terapia comportamental e foi estabelecido o contrato terapêutico<br />

seguido da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Como continuidade da pesquisa<br />

de dados, o QHV (Lazarus, 1975/1980) foi-lhe entregue para ser respondido como tarefa de casa.<br />

Posteriormente, foram aplicados os quatro instrumentos da bateria de Beck (2ª e 3ª sessões), com<br />

a finalidade de avaliar (a) comportamentos de ideação suicida – BSI; (b) grau de ansiedade – BAI;<br />

(c) mensuração do nível de depressão – BDI (d); e do nível de desesperança - BHS (Cunha, 2001).<br />

Os Diários de Registros de Comportamentos foram solicitados como tarefa de casa ao fim de cada<br />

sessão (Bueno & Britto, 2003).<br />

Na 4ª sessão foram feitas análises que descreviam situações de exposição oral ocorridas <strong>em</strong><br />

momentos distintos de sua vida: (1) situações na adolescência <strong>em</strong> que fora solicitada a confeccionar<br />

e apresentar trabalhos <strong>em</strong> grupo quando cursava segundo grau <strong>em</strong> escola particular no interior<br />

do estado; (2) situações nas quais havia a necessidade de apresentar s<strong>em</strong>inários com um grupo de<br />

colegas <strong>em</strong> disciplinas do curso universitário; (3) situações de dúvidas <strong>em</strong> sala de aula e a forma com<br />

que Clara buscava saná-las; (4) contextos nos quais o professor direcionava à participante perguntas<br />

que tinham o objetivo de avaliar se ela havia entendido o conteúdo ministrado.<br />

Foi realizada na 5ª sessão, após a verificação dos DRCs, uma hierarquização dos eventos, que<br />

envolviam a exposição oral, que mais lhe geravam desconforto fisiológico, com exacerbação da<br />

ansiedade. Para que a hierarquização fosse possível, Clara utilizou a escala arbitrária de avaliação<br />

do desconforto provocado pelo grau de ansiedade experimentado. A participante poderia atribuir<br />

valores de 0 a 10 às respostas ansiosas: (1) pouca; (2) moderada; (3) muita; (4) extr<strong>em</strong>a (Bueno, 2002).<br />

Ainda na 5ª sessão, a díade terapêutica descreveu <strong>em</strong> uma folha de papel sulfite, no formato A4, o<br />

que era necessário para que a participante pudesse fazer uma boa exposição oral. Foram levantadas<br />

as seguintes necessidades: (a) estudo adequado e domínio de todo o conteúdo do trabalho para<br />

eventuais perguntas; (b) material pronto – slides, fichas e artigo – e adequado para apresentação;<br />

(c) concentração focal no momento da apresentação; e (d) controle da ansiedade para expor, de<br />

forma clara e segura, seus resultados. Após esse levantamento, foi avaliado a qual das necessidades<br />

descritas estava requerido o treino de habilidades específicas à participante (Caballo, 2003). Toda a<br />

intervenção foi delineada a partir dessas necessidades identificadas.<br />

Intervenção focal<br />

Essa etapa ocorreu entre a 6ª e 12ª sessões. Durante esse período ocorreu a aplicação de técnicas<br />

específicas definidas após a classificação dos comportamentos-probl<strong>em</strong>a. Na 6ª sessão foi utilizado<br />

material acadêmico específico, livro de normas da ABNT/NBR (2002), para uma sessão explicativa<br />

de como montar slides e fichas que lhe auxiliariam na defesa do artigo de fim de curso. Do material<br />

de metodologia científica utilizado, foram escolhidos conteúdos referentes à bibliografia, citações e<br />

estrutura textual para ser<strong>em</strong> estudadas e praticadas dentro do setting. A fase seguinte foi a construção<br />

de um slide de acordo com as normas da ABNT para que fosse utilizado como modelo para os<br />

próximos slides a ser<strong>em</strong> confeccionados <strong>em</strong> casa. Em seguida, houve a construção de um modelo<br />

de ficha de apoio, para que a participante pudesse visualizar todo o conteúdo necessário de forma<br />

organizada. Nas fichas foram feitas divisões por cores do que estaria no slide (apresentado <strong>em</strong> preto) e<br />

do que seria explicado (vermelho). Ao final de cada sessão tais produções foram corrigidas e o reforço<br />

social (atenção) disponibilizado à participante. Posteriormente, na 7ª sessão, foi feita a educação<br />

sobre a ansiedade, de acordo com metodologia descrita <strong>em</strong> Bueno et al. (2008), que envolveu o<br />

treino respiratório como ferramenta de manejo da ansiedade advinda da ativação do Sist<strong>em</strong>a<br />

Nervoso Autônomo Simpático (SNAS). Esse treino foi iniciado com a indução, na participante,<br />

de hiperventilação, método de acelerar as respostas do SNAS, para que ela reconhecesse respostas

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