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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Augusto de Medeiros . Alves de Medeiros<br />

418<br />

orientandos graduandos, psicólogos formados e <strong>em</strong> cursos de pós-graduação. Os objetivos desse<br />

trabalho são:<br />

1. Apresentar as características da PCP como proposta de Análise do Comportamento<br />

Aplicada à Clínica.<br />

2. Apresentar a sua relação com os pressupostos filosóficos behavioristas radicais, discutindose<br />

como tais pressupostos determinam o seu funcionamento.<br />

3. Apresentar a sua relação com a Psicologia, com a Análise do Comportamento e com a<br />

Psicoterapia. Ou seja, contextualizá-la no campo da Psicologia Clínica <strong>em</strong> relação às d<strong>em</strong>ais<br />

possibilidades dentro e fora da Análise do Comportamento.<br />

4. Discutir as justificativas teóricas, <strong>em</strong>píricas e aplicadas às suas características principais.<br />

5. Oferecer ex<strong>em</strong>plos clínicos de seus procedimentos.<br />

Qual seria a justificativa de se apresentar mais uma proposta de abordag<strong>em</strong> clínica dentro da<br />

TAC? No que ela se diferenciaria das d<strong>em</strong>ais abordagens ao ponto de merecer uma denominação e<br />

tratamento diferenciados? O adjetivo “pragmático” não seria um pleonasmo, já que toda abordag<strong>em</strong><br />

oriunda da Análise do Comportamento é pragmática <strong>em</strong> essência? Em que sentido a PCP é<br />

pragmática e as d<strong>em</strong>ais abordagens já consagradas não são? Essas e outras perguntas se constitu<strong>em</strong><br />

num bom ex<strong>em</strong>plo do procedimento chamado de “questionamento reflexivo”, que será descrito mais<br />

<strong>em</strong> detalhes adiante.<br />

A PCP, por mais que partilhe algumas similaridades com outras abordagens da TAC, representaria<br />

uma versão única e diferenciada da aplicação da Análise do Comportamento ao contexto clínico.<br />

Entre os principais diferenciais destaca-se o seu caráter menos diretivo, atribuindo ao cliente ou<br />

terapeutizando1 papéis que eram, inicialmente, do terapeuta.<br />

Vários atendimentos e orientações b<strong>em</strong>-sucedidos foram conduzidos de acordo com a PCP,<br />

alguns deles já relatados na literatura (Medeiros, 2010). Exist<strong>em</strong> vários terapeutas clinicando nessa<br />

perspectiva atualmente <strong>em</strong> Brasília.<br />

Quanto ao pragmatismo, na PCP ele extrapola a concepção filosófica de critério de validação<br />

científica de enunciados e da autorização epist<strong>em</strong>ológica para investigar eventos privados. A postura<br />

pragmática é <strong>em</strong>pregada como principal parâmetro de escolha de procedimentos de intervenção. O<br />

terapeuta só deve fazer o que for útil para ser<strong>em</strong> atingidos os objetivos terapêuticos. Como se verá ao<br />

longo do texto, a postura pragmática ficará evidente ao longo da descrição da PCP.<br />

A apresentação da PCP trará, inicialmente, sua relação com o Behaviorismo Radical e com a Análise<br />

do Comportamento. Em seguida, serão discutidas as suas influências dentro e fora da Análise do<br />

Comportamento. A visão de psicoterapia, o funcionamento das sessões, o papel do comportamento<br />

verbal e da relação terapêutica e as análises funcionais constitu<strong>em</strong> os tópicos de apresentação da PCP<br />

propriamente dita e serão apresentados seguindo essa ord<strong>em</strong>.<br />

Relação com o Behaviorismo Radical<br />

Como se trata de uma aplicação da Análise do Comportamento à clínica, a PCP traz consigo<br />

os princípios filosóficos do Behaviorismo Radical, como a visão de hom<strong>em</strong>, a definição de<br />

comportamento, o modelo de causalidade selecionista, a ênfase na função <strong>em</strong> detrimento da estrutura<br />

e a epist<strong>em</strong>ologia pragmática.<br />

1 O termo “terapeutizando” é <strong>em</strong>pregado para designar a pessoa que geralmente é chamada de cliente ou paciente. A PCP não poderia<br />

utilizar o termo paciente que conota a passividade de qu<strong>em</strong> está <strong>em</strong> tratamento, o que não é compatível com uma abordag<strong>em</strong> que<br />

pretende ser menos diretiva. O termo cliente também é probl<strong>em</strong>ático já que a terapia não é vista como o processo estritamente<br />

comercial. A despeito de ser uma palavra longa e de sonoridade ruim, o terapeutizando estaria para o terapeuta da mesma forma<br />

que o orientando está para o orientador, o supervisionando está para o supervisor e assim por diante. Como é o orientando qu<strong>em</strong> faz<br />

a sua dissertação ou tese, e é o supervisionando qu<strong>em</strong> atende o caso <strong>em</strong> consultório, é o terapeutizando qu<strong>em</strong> conduz a própria vida.

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