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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Prado<br />

538<br />

Tourinho (2001) argumenta <strong>em</strong> favor da importância da definição de comportamento como<br />

relação, indicando que referências a eventos isolados como uma resposta ou descrições de condições<br />

ambientais não são identificadas como descrições comportamentais plenas (a resposta ou as<br />

condições ambientais são consideradas numa análise de um comportamento, mas não representam<br />

ou indicam o comportamento). Para o autor, o estudo do comportamento deve considerar as relações<br />

do organismo com ambiente, enfatizando a condição fundamental de examinar o ambiente <strong>em</strong> que o<br />

organismo está inserido. Se não for incluído o exame e a identificação dos eventos aos quais a resposta<br />

está relacionada e que a mantêm, não é possível afirmar que um comportamento foi explicado.<br />

Segundo Botomé (2001) é importante distinguir os critérios que são utilizados para definir uma<br />

relação comportamental, sendo possível referir-se nesta definição ao que um organismo faz de<br />

uma maneira descritiva ou topográfica (características da ação do organismo), ou de uma maneira<br />

funcional (características da relação entre aquilo que o organismo faz e o ambiente). Segundo o autor,<br />

no cotidiano é comum o uso de verbos que enfatizam ora a ação do organismo, ora a relação entre<br />

a situação (antecedente à ação), ora a relação entre a ação e a consequência (p/ex.: dizer, concluir,<br />

fechar, respectivamente). Deste modo, explicitar os prováveis antecedentes de uma classe de resposta,<br />

as características da classe de respostas e os seus consequentes é o primeiro passo para identificar<br />

qual é o comportamento. Embora, o comportamento “seja uma relação não diretamente observável,<br />

é composto por el<strong>em</strong>entos observáveis, e a relação que eles constitu<strong>em</strong> pode ser d<strong>em</strong>onstrada (e<br />

verificáveis por vários meios)” (Botomé, 2001, pag. 705, grifo da autora).<br />

Um comportamento é passível de percepção e definição científica a partir da identificação dos<br />

seus componentes e das interações que estabelec<strong>em</strong> entre si (Kubo & Botomé, 2001). Na análise<br />

do comportamento é possível especificar os três componentes dessa relação: situação (classes de<br />

estímulos antecedentes), ação (classes de respostas) e resultados (classes de estímulos consequentes).<br />

Descrever as classes de estímulos antecedentes relacionadas à classe de respostas <strong>em</strong> <strong>foco</strong> é a primeira<br />

tarefa. Pois, quando um organismo faz (verbo) alguma coisa, não o faz <strong>em</strong> um vácuo, mas entra<br />

<strong>em</strong> contato (por meio dos sentidos) com determinados aspectos do ambiente que t<strong>em</strong> relação com<br />

suas ações. A questão é como e com que aspectos ou propriedades do ambiente ele toma contato<br />

(com qualquer dos órgãos dos sentidos) ao realizar a classe de respostas (Botomé, 1980; Kubo &<br />

Botomé, 2001). A relação do organismo com essa mesma classe de estímulos (aspectos do ambiente)<br />

é que define a classe de comportamento e a sua possibilidade. É por isso que se pode considerá-las<br />

“condições necessárias” para a ocorrência de uma classe de respostas definida. Por mais que alguém<br />

“ensine” as características de uma classe de respostas, se não ensinar ao aprendiz a lidar com essas<br />

“condições necessárias”, não estará ensinando o comportamento (ele é uma relação) (Botomé, 1980).<br />

Após ter sido concluída a tarefa de descrever as classes de estímulos antecedentes relacionadas<br />

à classe de respostas <strong>em</strong> <strong>foco</strong>, há uma segunda tarefa a ser realizada que é descrever as classes de<br />

estímulos consequentes relacionadas à classe de respostas <strong>em</strong> <strong>foco</strong>, e aos estímulos antecedentes<br />

descritos. Quando um organismo age <strong>em</strong> relação a determinados aspectos do ambiente, ele muda,<br />

altera ou transforma esses aspectos. O que o indivíduo altera no ambiente é um aspecto importante,<br />

porque define a relação do organismo com o segundo conjunto de aspectos do ambiente: as classes<br />

de estímulos consequentes a sua ação. Em relação à descrição deste componente (classe de estímulos<br />

consequentes) é importante descrever os detalhes suficientes e relevantes para caracterizar a alteração<br />

no ambiente que deve resultar da apresentação de cada classe de respostas do aprendiz. E qual o<br />

produto (ou efeito) que deve ser obtido (ou produzido) por cada classe de repostas descrita, o que<br />

pode ser chamado de “produtos ou efeitos da classe de respostas”. Seja o que for que um organismo<br />

faça, ele deverá deixar o “ambiente” com as características descritas como efeito (consequência)<br />

(Botomé, 1980).<br />

O que fazer, é o terceiro componente de um comportamento a ser examinado e descrito. Quais<br />

são as características da classe de respostas capazes de (ou responsáveis por) produzir mudança nas

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