13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O filme retrata a simples história de um escritor de livros de ficção, viúvo, e decidido a adotar um<br />

menino de oito anos considerado probl<strong>em</strong>ático. Assim como o escritor, o menino vive num mundo<br />

de fantasia e acredita que é um marciano <strong>em</strong> missão exploratória na Terra. Este é o enredo do filme<br />

Ensinando a viver, que pode ser considerado um análogo da vida cotidiana. Os filmes têm “(...) os<br />

ingredientes de um trabalho de ficção (que) mesmo altamente fantasioso, são, de um modo ou de<br />

outro, tirados da vida.” (Skinner, 1953/2003, p. 16). Este filme pode ser classificado como popular e<br />

comercial, um produto atrativo à população atendida pelos profissionais da área da Psicologia (De-<br />

Farias & Ribeiro, 2007).<br />

3 Conceitos relevantes para a análise proposta<br />

Ante o objetivo proposto, um breve estudo sobre as relações de controle do comportamento verbal<br />

distorcido a partir do filme Ensinando a viver, torna-se necessária a apresentação da concepção<br />

analítico-comportamental sobre alguns conceitos trabalhados para a satisfação do exercício de<br />

interpretação proposto.<br />

3.1 Conceituação de Comportamento Verbal e Análise Funcional<br />

O <strong>em</strong>basamento para o estudo do comportamento verbal encontra-se disponível no livro Verbal<br />

Behavior, publicado originalmente <strong>em</strong> 1957, no qual Skinner estuda o comportamento verbal como<br />

um probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong>pírico num exercício de interpretação.<br />

As visões tradicionais tratam a linguag<strong>em</strong> como inata numa função comunicativa, representativa<br />

ou expressiva, enquanto Skinner (1957) a reconhece como adaptativa ao sujeito. O desenvolvimento<br />

da fala na criança, como descrita por Barros (2003), ocorre através de aprendizag<strong>em</strong>, ou seja, o<br />

“comportamento vocal (ainda não-verbal) vai sendo modelado, tornando-a um falante e um ouvinte<br />

adaptado, que se amplia na medida <strong>em</strong> que as interações com outros grupos sociais se desenvolv<strong>em</strong>”<br />

(p. 76). É possível, a partir deste princípio de variação e seleção, descrever como ocorre a aquisição<br />

de novos repertórios verbais.<br />

O comportamento verbal mostra-se impotente <strong>em</strong> relação ao mundo físico, ou seja, a resposta<br />

operante do comportamento verbal não mantém relações mecânicas com a consequência que a<br />

afeta, pois precisa de um mediador – aquele que o ouve. Barros (2003) explica que a comunidade<br />

verbal modela o comportamento verbal do falante por meio de reforçamento diferencial e variação,<br />

pois “diferentes auditórios controlam diferentes repertórios verbais” (p. 76). A comunidade verbal<br />

prepara o indivíduo para des<strong>em</strong>penhar papéis dentro de um episódio verbal, de início como ouvinte<br />

e, posteriormente, falante. “O comportamento do falante e do ouvinte juntos compõ<strong>em</strong> aquilo que<br />

pod<strong>em</strong>os chamar de episódio verbal total.” (Skinner, 1957, p. 17).<br />

O episódio verbal é dinâmico, ao permitir a mudança de funções de falante e ouvinte entre seus<br />

componentes (Alves & Ribeiro, 2007). Esses papéis dev<strong>em</strong> ser des<strong>em</strong>penhados por m<strong>em</strong>bros de uma<br />

mesma comunidade verbal para que haja compreensão (reforçamento) na interação. O indivíduo<br />

é treinado numa comunidade verbal, isto é, aprende a <strong>em</strong>itir suas respostas sobre o controle de<br />

alguns estímulos e t<strong>em</strong> seu comportamento mantido por consequências mediadas. Indivíduos com<br />

idiomas diferentes não consegu<strong>em</strong> manter um episódio verbal por ausência de reforço na interação<br />

(Hübner, 2001).<br />

Conforme Medeiros (2002a), o “comportamento verbal não possui natureza diferenciada <strong>em</strong> relação<br />

ao comportamento não-verbal, não exigindo a formulação de novos princípios comportamentais<br />

para sua compreensão” (p. 160). Skinner (1957) propôs o estudo do comportamento verbal, por<br />

meio de uma categorização dos episódios verbais, os quais “(...) sob controle de estímulo, há três<br />

acontecimentos importantes a ser<strong>em</strong> considerados: um estímulo, uma resposta e um reforço” (p.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Rolim<br />

563

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!