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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Medeiros . Cardoso . Oliveira<br />

406<br />

equivalência. Estes autores ainda afirmam que depois de estabelecida essa bidirecionalidade incluída<br />

na nomeação, torna-se possível a formação de classes arbitrárias, como as classes de equivalência.<br />

Tendo <strong>em</strong> vista a argumentação de Horne e Lowe (1996) quanto à necessidade da nomeação para a<br />

formação de equivalência, pesquisas <strong>em</strong>píricas se faz<strong>em</strong> necessárias para verificar quais das hipóteses<br />

explicativas da <strong>em</strong>issão de comportamentos não diretamente treinados sob o controle de relações<br />

arbitrárias entre eventos se mostram mais pertinentes e parcimoniosas. Vários autores tentaram<br />

reproduzir o fenômeno de equivalência de estímulos <strong>em</strong> sujeitos não-humanos (Schusterman &<br />

Kastak, 1993; Barros, Galvão, & McIlvane, 2003; Galvão, Barros, Santos, Brino, Brandão, Lavratti,<br />

Dube, & McIlvane, 2005), porém nenhum deles produziu evidências nos testes de propriedades<br />

<strong>em</strong>ergentes simétrica e simétrico-transitiva s<strong>em</strong> que os resultados não foss<strong>em</strong> criticados ou<br />

refutados devido a questões procedimentais. Os resultados com sujeitos não humanos mantêm a<br />

discussão se formar classes de equivalência de estímulos é uma capacidade restrita apenas a sujeitos<br />

provindos de repertório linguístico e des<strong>em</strong>penho verbal de nomeação (Horne & Lowe, 1996), ou<br />

se tais resultados decorr<strong>em</strong> apenas de uma preparação ou adaptação insuficiente de procedimentos<br />

atualmente utilizados com sujeitos não verbais, ou até mesmo de uma falta de controle experimental<br />

das variáveis intervenientes (Barros, Galvão, Brino, Goulart, & McIlvane, 2005).<br />

Sendo ou não a nomeação pré-requisito para formar classes de equivalência, é possível vislumbrar<br />

uma pergunta de pesquisa paralela quanto ao efeito da nomeação na formação das classes. Quais<br />

procedimentos de treino de relações entre eventos seriam mais eficazes no estabelecimento de classes<br />

de equivalência? Aparent<strong>em</strong>ente, a nomeação facilitaria a <strong>em</strong>ergência das relações de equivalência por<br />

procedimentos de treino específicos, como Nome Comum (Randell & R<strong>em</strong>ington, 2006; Tomanari,<br />

2005). Porém, no procedimento de treino, seria necessária a presença variável de controle contextual<br />

(Neves, 1995). Nesta linha de investigação, Villani (2000) propôs uma verificação comparando os<br />

resultados de diferentes procedimentos de treino, que foi a base do presente estudo.<br />

Villani (2000) propôs um estudo sobre formação de classes de equivalência para investigar as<br />

relações <strong>em</strong>ergentes entre estímulos arbitrários a partir do treino <strong>em</strong> três contingências diferentes.<br />

Neste estudo, participaram oito crianças de ambos os sexos com idade entre cinco e seis anos. A<br />

primeira contingência investigada foi pelo procedimento <strong>em</strong> MTS, na qual era reforçada a escolha<br />

correta de determinados estímulos na presença de estímulos modelos, formando assim, duas<br />

classes de equivalência com estímulos previamente determinados. A segunda contingência envolvia<br />

um nome comum para cada classe de estímulo, dizer os nomes comuns corretos dos estímulos<br />

previamente determinados, sendo este operante verbal seguido de reforço, resultou na formação<br />

de classes de equivalência entre os estímulos previamente determinados. A terceira contingência<br />

investigada envolvia uma sequência intraverbal específica para cada classe, dizer os nomes corretos<br />

de cada estímulo <strong>em</strong> sequência, sendo este comportamento verbal seguido de reforço, resultou na<br />

formação de equivalência entre estímulos. Caso as crianças não atingiss<strong>em</strong>, ainda na fase de treino,<br />

os critérios de acerto previamente determinados pelo experimentador, a criança voltava para o treino<br />

das linhas de base (i.e., relações estabelecidas pelo treino direto).<br />

Relações entre estímulos A para B e B para C foram diretamente treinadas no procedimento <strong>em</strong><br />

MTS, e indiretamente treinadas nos procedimentos <strong>em</strong> Nome Comum e <strong>em</strong> Sequência Intraverbal.<br />

Foram consideradas formadas classes de equivalência quando <strong>em</strong>ergiss<strong>em</strong> as relações entre os<br />

estímulos B e A, C e B, A e C, e C e A (i.e., todas as relações possíveis s<strong>em</strong> treino direto). Para<br />

comprovar a formação de equivalência entre os estímulos após os três tipos de treinos, foram<br />

aplicados testes <strong>em</strong> MTS ao final de cada treino. Nos testes, o experimentador apresentava para a<br />

criança um estímulo que servia como modelo e entre dois a três estímulos de comparação, sendo<br />

que apenas uma determinada escolha era considerada correta. Durante os testes, a criança não soube<br />

se acertara ou não. Ao final, todos os oito participantes do experimento formaram as esperadas seis<br />

classes de estímulos, isto é, duas classes de equivalência por cada procedimento de treino.

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